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Entre os melhores da Liga, Casemiro supera problemas e ressurge no Porto

Do UOL, em São Paulo

23/01/2015 17h35

O time do São Paulo que venceu a Copa São Paulo em 2010 tinha um tal meia chamado Marcelinho. Mas em janeiro daquele ano quem mais chamava atenção na equipe que viria a ser campeã era Casemiro, primeiro volante que por vezes atuava como líbero. Marcelinho, mais tarde, virou Lucas e foi vendido por 43 milhões de euros ao Paris Saint-Germain (FRA). Casemiro, ao contrário, passou por período conturbado entre os profissionais e deixou o Morumbi pela porta dos fundos. Hoje, no entanto, a Liga dos Campeões da Europa coloca os dois ex-companheiros no mesmo nível.

Casemiro, hoje aos 22 anos, está emprestado pelo Real Madrid (ESP) ao Porto (POR) e é um dos melhores jogadores da Liga dos Campeões. Nos quatro dos seis jogos em que atuou pelo clube, venceu sempre. Quando não jogou, o clube empatou – o Porto está classificado às oitavas de final do torneio e enfrentará o Basel (SUI) nos dias 18 de fevereiro e 10 de março.

Titular absoluto com o técnico espanhol Julen Lupetegui, Casemiro vive atualmente a melhor fase da carreira e voltou a ser lembrado pela seleção brasileira. Foi convocado por Dunga para as partidas contra Áustria e Turquia, últimas no calendário de 2014. A fase do volante é tão boa que o site Whoscored, que contabiliza estatísticas e promove avaliações dos campeonatos europeus elegeu Casemiro como o 5º melhor jogador da primeira fase da Liga dos Campeões. Na frente dele estão apenas o argentino Lionel Messi, do Barcelona (ESP), o belga Eden Hazard, do Chelsea (ING), o português Nani, do Sporting (POR), e o argelino Yacine Brahimi, também do Porto.

O momento que Casemiro vive agora é aquele que se imaginou quando ele despontou como grande jogador do São Paulo na Copinha de 2010. O que aconteceu entre 2010 e 2015 na carreira dele, no entanto, foi inesperado.

Na categoria profissional do São Paulo, apareceu quando o treinador era Ricardo Gomes, e teve um bom primeiro ano, aproveitando as chances que ganhou – passou a ter mais espaço com Sérgio Baresi, que o comandou nas categorias de base, e Paulo Cesar Carpegiani, sucessor dois meses depois.

Em 2011, no entanto, Casemiro passou de promessa a problema. Quando começou a ganhar mais chances no time, fez aparecer os primeiros casos de indisciplina em atitudes vistas pela antiga diretoria como antiprofissionais. Em diferentes momentos, no segundo semestre daquele ano, se atrasou para sessões de treino pela manhã e viu o auge da situação negativa ser coroado por seu próprio empresário, Joseph Lee, em entrevista ao jornal “Lance”: “Até pedi para um funcionário meu comprar um despertador para ele”, falou.

No ano seguinte, o volante não deixou que os mesmos problemas o afetassem, mas sempre manteve certa distância do elenco. Tinha como principal amigo o atacante Luis Fabiano, mas uma relação que parecia ser apenas profissional com os outros jogadores – mesmo com aqueles com quem jogou nas categorias de base. Naquela temporada, teve muitas chances e apresentou um futebol irregular.

A saída de Casemiro aconteceu no início de 2013, quando ele participava pouco da pré-temporada do técnico Ney Franco. Emprestado ao Real Madrid, começou no time B, demonstrou uma total mudança de comportamento e ganhou as primeiras chances ao lado de Cristiano Ronaldo. Foi comprado pelo clube espanhol seis meses depois. Jogou a temporada 2013-2014 como reserva na Espanha, mas adquiriu experiência ao lado da nova era galáctica, hoje comandada pelo técnico italiano Carlo Ancelotti. Agora, emprestado ao Porto, brilha como nunca, e muito por conta do que faz na Liga dos Campeões e pelo que poderá fazer na seleção brasileira.