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Chineses fecham negócios e jogam até baralho em jogo do Bota sem torcida

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/01/2015 06h00

Após quase dois anos, o Engenhão voltou a receber um jogo de futebol. Botafogo e Shandong Luneng, da China, se enfrentaram no final da tarde do último sábado em uma partida sem venda de ingressos e presença de torcida. Ainda assim, um grupo de pouco mais de 100 convidados acompanhou o duelo nas cadeiras do setor oeste inferior do estádio.

E ainda que o alvinegro carioca estivesse em sua casa, foram os chineses que se destacaram. Maioria nas arquibancadas, o grupo de aproximadamente 70 orientais se divertiu e chamou a atenção dos presentes. Durante a partida, era comum ver membros da delegação botafoguense no banco de reservas curiosos com o barulho feito pelos torcedores do Shandong Luneng.

Funcionários de uma empresa chinesa e convidados pelo consulado chinês no Rio de Janeiro, o grupo aproveitou o passeio no Engenhão. Sem maiores ligações afetivas com o futebol praticado no gramado, alguns preferiram o jogo de cartas nas arquibancadas enquanto a bola rolava. Outros, vestidos com roupas sociais, tratavam de assuntos  que nada tinham a ver com esporte.

“Alguns que estão aqui não são tão fãs de futebol, então acabam aproveitando essa convivência com outros empresários para falar de assuntos de trabalho. Até fecham negócios e trocam ideias sobre suas empresas”, explicou o brasileiro Antônio Júnior, que acompanhava o grupo de chineses.

Outra parte do grupo, no entanto, não queria saber de trabalho e fazia muito barulho na torcida pelo time de Diego Tardelli, Vagner Love, Montillo e Oswaldo.

Os botafoguenses presentes, em sua maioria conselheiros e convidados da diretoria, chegaram a ensaiar uma resposta aos gritos de “Fogo” no final do primeiro tempo, mas receberam a resposta logo em seguida do grupo que não se calou durante todo o jogo.

"Legal esse comportamento dos chineses e até alguns gritos que escutamos do grupo de botafoguenses. Mas é ruim jogar sem público. Não digo que o resultado seria diferente, mas com a torcida aqui, nossa atuação poderia ser outra. A força das arquibancadas acaba nos empurrando. Estamos ansiosos para encontrar a torcida aqui", analisou o atacante Bill, após a derrota por 1 a 0 para os time da China.

Drone assusta
O comportamento dos fanáticos chineses não foi o único fator que chamou a atenção na partida que esteve longe de atrair os fãs de futebol. Um drone (espécie de pequeno avião controlado por controle remoto) caiu na pista de atletismo que fica colada ao gramado no início do primeiro tempo.

Assustados, funcionários do Botafogo demoraram a identificar o objeto. Logo depois, descobriram que se tratava de uma demonstração de uma empresa que negocia a prestação do serviço ao clube carioca.

Sem drone e sem chineses, o Engenhão será reaberto parcialmente (apenas o anel inferior) ao público no próximo dia 7, na partida entre Botafogo e Bonsucesso, pela terceira rodada do Campeonato Carioca. Segundo informações da prefeitura, a ideia é que o estádio seja totalmente liberado em julho.