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Autuori e vídeos tornam Marcos Rocha o maior ladrão de bolas do Atlético-MG

De tanto ser criticado, Marcos Rocha buscou aprimorar a marcação e hoje é o que mais rouba bola no Atlético - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
De tanto ser criticado, Marcos Rocha buscou aprimorar a marcação e hoje é o que mais rouba bola no Atlético Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

28/01/2015 06h00

Jogador de muita força física, Marcos Rocha foi lançado por Emerson Leão na equipe profissional do Atlético-MG, durante o Campeonato Mineiro de 2009. Apesar do grande potencial, os números em campo eram ruins, especialmente na marcação. Tanto que nas primeiras 21 partidas o jogador acabou amarelado em nove ocasiões. Seis anos depois a situação é bem diferente e Marcos Rocha foi considerado o melhor lateral direito das últimas três edições do Campeonato Brasileiro.

A evolução do atleta começou no período que passou emprestado no América-MG. Foram quase duas temporadas, que tornaram Marcos Rocha um grande apoiador, já que ele era a principal válvula de escape que da equipe que subiu da Série B para a Série A em 2010, além de ter sido o melhor jogador americano no Brasileirão de 2011.

O retorno ao Atlético aconteceu em 2012, através de Cuca. Apesar de ser destaque da equipe vice-campeã brasileira e posteriormente campeã da Copa Libertadores, o desempenho defensivo de Marcos Rocha era constantemente questionado por torcedores e pela imprensa. Tudo mudou a partir de 2014. Bastaram quatro meses de trabalho com Paulo Autuori para o lateral mudar de patamar também na ajuda aos zagueiros.

“Acho que o Paulo (Autuori) também teve um fator importante nessa passagem dele pelo Atlético. Ele conversou comigo e me orientou bastante na parte defensiva e eu consegui assimilar muito bem algumas coisas”, revelou Marcos Rocha que agora desarma em média 50% mais do que em 2012.

No primeiro Brasileirão depois que retornou ao Atlético, Marcos Rocha disputou 34 partidas e teve uma média de três desarmes por jogo. No último Brasileiro, por conta de lesão e também da disputa da Copa do Brasil, Marcos Rocha jogou menos vezes, mas roubou mais bolas. Em 20 partidas ele teve média 4,5 desarmes. A precisão para tomar a bola dos adversários também aumentou. Marcos Rocha teve quase 90% de aproveitamento nas vezes que tentou desarmar os rivais.

Os números são tão expressivos, que no último Brasileiro foi ele quem mais roubou bolas pelo Atlético. Mesmo num time que conta com volantes pegadores como são Leandro Donizete, Pierre e Josué. Nenhum deles roubou mais bolas do que Marcos Rocha, que terminou a competição com 90 desarmes. Josué ficou em segundo, com 75 roubadas de bola, de acordo com o Footstats.

Além dos conselhos de Paulo Autuori, Marcos Rocha procurou vídeos para se aprimorar. Mas não de grandes defensores. O camisa 2 do Atlético passou a ver os jogos que disputava, tudo para corrigir os erros que cometia na defesa. Fato é que um dos pontos seguros atuais do time de Levir Culpi é a lateral direita.

“Eu também comecei a me observar mais, procurar fazer melhor as coisas na parte defensiva. Graças a Deus essa combinação, minha vontade e a orientação dos treinadores que tive, eu consegui levar para dentro e campo, para fazer o melhor na parte ofensiva e na parte defensiva”, comentou Marcos Rocha, que continua eficiente no ataque, tanto que em 2014 ele foi o jogador mais acionado pela equipe, superando nomes como Dátolo, Luan e Diego Tardelli.