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SP tenta quebrar sina argentina de 50 anos com Centurión, e empresta Cañete

Cañete - Rubens Chiri/Site Oficial São Paulo - Rubens Chiri/Site Oficial São Paulo
Cañete agora jogará no São Bernardo
Imagem: Rubens Chiri/Site Oficial São Paulo

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

28/01/2015 06h00

No mesmo dia em que o São Paulo entrou no mercado argentino para selar a contratação de Ricardo Centurión, firmou também o empréstimo de Marcelo Cañete ao modesto São Bernardo. O primeiro, uma nova aposta, está avaliado em 6 milhões de euros (R$ 17,6 milhões). Pelo segundo, uma velha aposta, pagou-se menos: US$ 3 milhões (R$ 4,5 milhões à época). Centurión, agora, deve chegar ao Morumbi, mas não encontrará Cañete, que será emprestado ao São Bernado para a disputa do Paulistão.

O próprio estafe de Cañete confirma a negociação, apesar de o contrato ainda não ter sido assinado. Quando surgiu no Boca Juniors, Cañete ouviu do próprio Riquelme que era o grande candidato a ser o novo Juan Román Riquelme. Não foi. No São Paulo, acumulou lesões e nunca conseguiu jogar, apesar das inúmeras chances. Admitiu problemas de comportamento no início de 2014, teve oportunidades com Muricy Ramalho, mas novamente fracassou.

O que Cañete representa é o mesmo que Clemente Rodríguez, Adrian Gonzalez e Horácio Ameli representam: o fracasso do São Paulo com jogadores argentinos desde José Poy, o grande ídolo vizinho que vestiu a camisa tricolor.

Vinte argentinos já vestiram a camisa do São Paulo. Antes de José Poy, goleiro do clube entre 1948 e 1963, o São Paulo viu o meia Antonio Sastre e o zagueiro Armando Renganaschi. Depois, vieram Hector Gonzalez, Elmo Bóvio, Nicolas Moreno, Eduardo Di Loreto, Gustavo Albella, Rinaldo Martino, Juan Jose Negri, Luiz Carlos Bonelli, Gregorio Beraza, Pedro Prospitti, Horacio Ameli, Adrian Gonzalez, Marcelo Cañete e Clemente Rodríguez. São 14 jogadores e 50 anos de insucesso na tentativa de fazer argentinos jogadores bem pelo São Paulo.

Centurión terá esse desafio para vencer. E chegará com um peso maior: seu preço. A primeira proposta do São Paulo foi de 4 milhões de euros (R$ 11,7 milhões) – esse valor já é o suficiente para que o meio-campista de 22 anos figure pelo menos entre as 20 maiores contratações da história do futebol brasileiro.

Diferentemente de Cañete, Centurión não ouviu de nenhum outro importante compatriota que um dia poderia seu sucessor. Mas é visto como promessa. Criou expectativa no Racing ao surgir demonstrando experiência aos 19 anos, com muita rapidez e dribles pela ponta esquerda. Em 2013, foi jogar no Genoa, da Itália, mas fracassou. Quando voltou ao clube que o revelou, fez o gol do título do Campeonato Argentino.

Nos próximos dias o São Paulo deve anunciar o desfecho para a negociação de Centurión, e tudo indica que será positivo. O presidente do Racing, Victor Blanco, já deu diferentes declarações à imprensa argentina que Centurión quer jogar no Morumbi.