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Artilheiro do Sub-20 tem um pai famoso. Mas seus ídolos são outros

Do UOL, em São Paulo

29/01/2015 06h00

O craque da Argentina no Sul-Americano Sub-20 tem nome bastante conhecido: Simeone. Filho do ex-volante e atual técnico do Atlético de Madri, Diego Simeone, Giovanni Simeone, sozinho, já marcou mais gols que toda a seleção brasileira na competição.

O desempenho do centroavante no torneio é excelente até agora: em cinco jogos, marcou sete gols e deu uma assistência. Ou seja, participou ativamente de 50% dos 16 gols de sua seleção, cujo ataque é o melhor da competição até agora.

A vocação goleadora, contudo, não vem de família: Diego era volante conhecido por suas entradas duras nos rivais e - em campo - o pai famoso não é uma referência para a jovem revelação.
 
"Me espelho muito nos que jogam na minha posição. Meu ídolo sempre foi o Ronaldo. Quando eu era mais novo, gostava do Crespo", comenta, em uma entrevista para o Marca.
 
Apesar de jogar na Argentina, Giovanni Pablo Simeone Baldini nasceu em Madri, em 1995, quando seu pai distribuída botinadas no Atlético local. Ele foi o primeiro dos três filhos do ex-volante e por isso hoje carrega o apelido de 'El Cholito'. A proximidade do pai na carreira do filho, porém, acaba aí.
 
"Desde que subi para os profissionais, ele não me dá mais conselhos, só diz para escutar meus treinadores", conta o atacante, em uma entrevista para o Olé.
 
A frieza no aspecto profissional é tanta que Diego ficou cinco anos ser assistir um jogo de seu filho no estádio. Como profissional, a primeira vez aconteceu no final do ano passado, em jogo pela Copa da Argentina, entre River Plate e Rosario Central. O empate por 0 a 0 eliminou o River nos pênaltis, mas encheu Gio de alegria.
 
"Significou muito para mim vê-lo de volta me assistindo a jogar e me incentivando. Ele nunca me viu jogar no time B", disse o jogador. "Quem mais me acompanhava é minha velha, que nunca me faltou", relatou.
 
Apesar da distância por conta do trabalho, não há nenhum tipo de ressentimento pessoal entre Diego e Gio.
 
"Falo com meu velho todos os dias. De futebol mas também da vida. Mas hoje eu não opino no Atlético e ele não opina no River. Por conta das viagens não nos vemos tanto", explica.
 
A trajetória de El Cholito no River Plate começou em 2008, ainda quando o pai treinava o time principal. "No começo era uma pressão para mim. Alguns achavam que eu tinha ido para o River só por ser filho dele. Agora já me conhecem. Espero que continue assim", comentou.
 
O atual time treinado por Diego Simeone, o Atlético de Madri já estudou a contratação do centroavante. Contudo, quem acabou contratado foi Angel Correa, destaque do San Lorenzo campeão da Libertadores em 2014 e companheiro de ataque de Gio Simeone no sub-20.
 
Fenômeno na base, o atacante ainda não goza de tanto prestígio entre os profissionais. Atualmente ele é apenas a quarta opção para o ataque - ficando atrás dos experientes Téo Gutiérrez, Mora e Cavenaghi. Suas raras oportunidades em jogar o incomodam e ele já cogita ser emprestado ao Banfield.
 
O sonho, porém, é jogar na Europa. E disputar a Liga dos Campeões. O atacante, inclusive, já tem tatuado um símbolo do principal torneio de clubes europeus no braço esquerdo. E, quem sabe, continuar a dinastia Simeone no Atlético de Madri.
 
"Este é um dos meus sonhos, assim como jogar na Argentina. Eu nunca vou esquecer os jogos que eu pude ver do meu pai no (estádio Vicente) Calderón. Era único. É um grande clube", elogiou.