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'Titular eterno', Barcos só foi reserva duas vezes desde chegada ao Brasil

Ele chegou ao Brasil em 2012 e só sentou no banco duas vezes. No Grêmio, jamais - Lucas Uebel/Getty Images
Ele chegou ao Brasil em 2012 e só sentou no banco duas vezes. No Grêmio, jamais Imagem: Lucas Uebel/Getty Images

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/01/2015 06h00

Felipão cansou de insistir na dupla de centroavantes Barcos e Moreno no Grêmio. Nos dois últimos treinamentos, o técnico mostrou que usará, ao menos inicialmente, um ou outro. E na hora de escolher, ficou clara a preferência pelo argentino. Só que manter Barcos como titular independente da fase pela qual passe não é alternativa isolada do ex-técnico da seleção brasileira. Desde que chegou ao Brasil, o Pirata só sentou no banco duas vezes. 

Vindo da LDU, do Equador, Hernán Barcos chegou ao Palmeiras em 2012.  E foi exatamente nesta temporada que viveu as duas únicas oportunidades no banco de reservas. Primeiro, em um jogo do Campeonato Paulista. E depois durante jogo da Série A, já no segundo semestre. 
 
Mas foram apenas estes. Já na primeira temporada no país, ele marcou 28 gols em  55 jogos e em apenas dois destes começou no banco de reservas. 
 
No ano seguinte, 2013, Barcos começou no Palmeiras e se transferiu para o Grêmio. Não viu a reserva uma vez sequer em nenhum dos dois times. No alviverde foram seis partidas e três gols. Pelo clube gaúcho foram mais 57 jogos e 3 gols. E mesmo que não vivesse boa fase, com cobrança da torcida e falta de gols, jamais foi sacado por opção técnica no início de uma partida. 
 
E no ano passado, a rotina de titularidade, independente do momento técnico, seguiu. Foram 54 partidas, todas como titular, e 29 gols marcados. Barcos se consolidou ainda mais como líder e capitão do time e essa influência no grupo pode ser uma das justificativas para ele jamais ter iniciado uma partida como suplente. 
 
"Temos 30 ou 32 jogadores, e eu sou como todos os outros. Estou aqui para jogar, ficar de suplente ou não ser relacionado. São escolhas do treinador e pode acontecer qualquer coisa. Eu quero apenas ajudar o Grêmio, como todos os outros", disse o Pirata após o treinamento desta quarta-feira. 
 
Na atividade, mais uma vez ficou indicado que ele deve ser titular. Trabalhou no time de cima na primeira parte do coletivo, deu lugar a Marcelo Moreno apenas nos minutos finais e acabou relacionado para entrevista coletiva. Indícios claros de que não será desta vez que o Pirata vai ficar na reserva pela primeira vez no Grêmio. 
 
O fim, ou indicação de fim, da dupla de centroavantes pode ter repercussões ainda maiores no clube. Marcelo Moreno é um jogador caro para ficar no banco de reservas, e sempre deixou claro que voltava ao Grêmio com objetivo de jogar.Caso contrário, poderia ser negociado. Sem oportunidades tem caminho livre para deixar o clube. 
 
A paciência de Luiz Felipe Scolari não demorou a acabar. Os testes com Barcos e Moreno juntos duraram apenas o período de preparação para os compromissos oficiais. O rendimento não foi bom no jogo-treino diante do time Sub-20 do Gramadense e nos amistosos contra Novo Hamburgo e Cascavel. E agora parece que não haverá oportunidade de mostrar valor em partidas oficiais. 
 
"É difícil avaliar por um jogo-treino em um campo que não estamos acostumados. Obviamente que a imprensa vai avaliar. Mas é o treinador que tem que fazer isso", explicou o Pirata. 
 
Os jogadores do Grêmio trabalham na tarde desta quinta-feira e na manhã de sexta fazem o último treinamento antes da estreia no Gauchão. O primeiro jogo oficial do ano está marcado para sábado (31) às 17h (horário de Brasília), na Arena, contra o União Frederiquense.