Sobrinho de Gralak joga no futebol goiano. E já foi modelo
A história de Alexandre Gralak Balbinot se mistura com a de milhares de brasileiros que alimentam o sonho de virar um jogador de futebol profissional. Nascido e criado no interior do Rio Grande do Sul, saiu de casa cedo e teve que mudar de estado tempos depois em busca do objetivo dentro de campo. Após passagens por Caxias do Sul e Rio Grande, foi tentar a sorte no futebol goiano, onde passou pelo Quirinópolis, na série B, e agora defende o Grêmio Anápolis, na primeira divisão.
O sonho de brilhar nas quatro linhas, no entanto, não era o único. Modelo desde a adolescência, Alexandre também sonhava conquistar títulos fora dos gramados. Mais precisamente nas passarelas de concursos de beleza. E assim foi em 2014, quando se tornou o Mister Bento Gonçalves. Empolgado, sonhava até mesmo em se tornar o Mister Universo. Mas acabou deixando tudo de lado, trocando os sapatos pelas chuteiras. A relação com o futebol vem de família: ele é sobrinho do ex-zagueiro Gralak, que jogou pelo Corinthians e famoso pelas fortes cobranças de falta.
A conquista da série B do Gaúcho em 2014 fez com que Alexandre recebesse uma proposta do Quirinópolis. Era hora de se decidir.
“Quando venci o Mister Bento Gonçalves, ganhei a chance de disputar o prêmio estadual. No entanto, eu precisava arranjar patrocínio para bancar as viagens e realizar algumas provas que valiam pontos para a disputa final. Era complicado. Ao mesmo tempo, venci a série B do Gaúcho e recebi esse convite de Goiás”, explicou o defensor.
“Foi tudo complicado demais. Fiquei com o coração partido na hora de decidir, mas resolvi apostar de vez e focar no futebol. Era a minha chance”, completou.
O zagueiro tenta ainda seguir os passos de seu tio Gralak, jogador do Corinhians na década de 90 e com passagens por Paraná, Coritiba e Bordeaux, da França.
“Sou muito ambicioso em tudo que faço. Quando competia, queria chegar o mais longe, se possível no Mister Universo, sempre cumprindo todas as etapas. Agora quero me destacar e chegar ao futebol europeu, como meu tio fez”, disse Gralak.
A rotina de um ex-modelo chama a atenção nos vestiários mais modestos dos campos do Rio Grande do Sul e de Goiás. E já virou até brincadeira entre os companheiros.
“Eles sempre falam, zoam, ficamo me olhando. Agora estão me chamando de mister. Sempre gostei dessa coisa de concurso de beleza. Me preocupava com o meu corpo, me cuidava, passava cremes, usava roupas bonitas. E continuo assim até hoje, dentro do possível”.
Mas Alexandre garante jeito delicado de se cuidar é só fora dos gramados. “Tenho que jogar sério, fazer cara feia e esquecer esse lado. Não deixo nem que me chamem de mister em campo. Imagina um atacante olhando pra um modelo? Não dá [risos]”, brincou o zagueiro.
Mesmo com tanta seriedade em campo e buscando o sucesso como jogador, Gralak não descarta uma volta aos concursos de beleza após a vida nos gramados. “A gente nunca esquece. Gosto muito das disputas. As meninas também gostavam [risos]. Dá para retornar depois, mas sem perder o foco no futebol”, encerrou o zagueiro-modelo.
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