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Reforçar ou manter recuo? Grêmio encara encruzilhada pressionado por quedas

Diretor executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa, e presidente Romildo Bolzan Júnior no CT do clube - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Diretor executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa, e presidente Romildo Bolzan Júnior no CT do clube Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Do UOL, em Porto Alegre

24/02/2015 06h00

De um lado a necessidade de reforçar o time. De outro, as contas que precisam ser pagas e a política de redução de gastos proposta para 2015. Estático entre o rochedo e a maré está o Grêmio. Prestes a escolher um lado na encruzilhada que se apresenta, o clube portoalegrense se vê pressionado pela série de infortúnios e a ausência de uma boa atuação sequer neste ano. E precisa tomar uma atitude sob pena de perder o apoio dos torcedores, pilar tricolor até então. 

Mesmo nos momentos ruins, as vaias que refletem a raiva por derrotas ou empates em casa, onde há três jogos uma vitória não ocorre, não foram longas. Minutos de injúria precederam o afago de quem busca compreender que para manter-se saudável financeiramente é preciso 'apertar o cinto' agora. Mas de tanto encontrar buracos mais adiante no laço que segura as calças, a circulação já começa a ter dificuldades e a dormência atinge as pernas. 
 
É preciso soltar-se. Um pouco que seja. E na mira dessa equação, sem pender apenas para um lado, o Grêmio quer agir na semana que inicia-se (mesmo já na terça-feira). 
 
"Vimos que mesmo o time não desenvolvendo bem, o torcedor nos apoiou. Isso quer dizer que eles estão comprando o projeto. Todos nós temos um lado emocional. E vai chegar um momento que a cobrança mais efetiva vai ocorrer. Isso é do torcedor. Os profissionais têm que acreditar neste projeto", disse o diretor executivo de futebol gremista, Rui Costa. 
 
E pressão por atitude é o que não falta. Luiz Felipe Scolari foi bastante claro. Colocou a direção 'contra a parede' por reforços. E não é apenas ele que pensa assim. A falta de boas atuações e, por consequência, vitórias, aliada às saídas de nomes importantes como Marcelo Moreno e Barcos jogam toneladas sobre as costas daqueles responsáveis por prover atletas ao time. E pode sobrar até para os jogadores mais jovens, que hoje tentam corresponder em meio a tanta cobrança. 
 
"Isso me preocupa [a formação destes jogadores]. A torcida pode cobrar mais de A, B ou C. Não queremos que isso aconteça. Quem tem que ser cobrado sou eu, o presidente Romildo [Bolzan Júnior], o Rui [Costa]. Somos todos nós que investimos neste projeto. Se não quiséssemos isso, abraçássemos, teríamos dito que iríamos embora. Mas abraçamos. Seguimos em frente. Me preocupa com os mais jovens, mas é normal que vá acontecer", explicou Felipão. 
 
E usando essa imposição como combustível, a semana será marcada por novas caras no Tricolor. Contratações que podem muitas vezes não ter o peso esperado pelos aficionados. Mas de qualquer forma dar alegrias em campo. 
 
"O Grêmio contratou o Barcos, mas também o Wendell, que era desconhecido. O Alex Telles. Nem sempre o jogador mais caro é o que dá o melhor resultado", garantiu Rui Costa. 
 
A reapresentação do elenco gremista já ocorre na manhã desta terça-feira. A preparação inicia-se de olho no clássico Gre-Nal do próximo domingo. O embate entre os gigantes da capital gaúcha está marcado para as 18h30 (horário de Brasília) e vale pela oitava rodada do Gauchão.