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Como Tite influenciou Jadson a ficar no Corinthians pela 2ª vez em 50 dias

Bruno Thadeu, Dassler Marques, Guilherme Costa e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

25/02/2015 12h53

Em menos de 50 dias, Jadson esteve perto de deixar o Corinthians em dois momentos. O camisa 10 foi assediado por Flamengo e Jiangsu Sainty (China) em 2015, mas preteriu ambos e decidiu ficar no Parque São Jorge. Nas duas situações, uma pessoa teve papel determinante para a decisão: o comprometimento do meia com a equipe paulista tem tudo a ver com Tite.

Uma conversa com Tite, por exemplo, foi um dos fatores que demoveram Jadson na negociação com o Jiangsu Sainty. O time chinês havia aceitado pagar os 5 milhões de euros (R$ 16,4 milhões) de multa rescisória para romper o contrato que o meia mantém com o Corinthians. Ele ainda receberia um aumento considerável (de R$ 300 mil para R$ 600 mil), mas resolveu ficar no Brasil sem ter qualquer tipo de compensação. "Não envolveu nada. O contrato dele permanece absolutamente inalterado", relatou Sergio Janikian, diretor de futebol do time alvinegro.

Na terça-feira (24), Jadson havia treinado com os reservas do Corinthians. Por causa da negociação com o Jiangsu Sainty, o camisa 10 foi alijado da delegação que viajou a Lins - o time alvinegro encara o Linense às 19h30 desta quarta-feira (25) em partida válida pelo Campeonato Paulista.

Até a manhã desta quarta-feira, a negociação era dada como certa. A transferência só não foi concretizada porque Jadson não quis. "A única pessoa que podia recuar no negócio era ele, e foi o que aconteceu", disse Janikian. O meia concederá entrevista coletiva na quinta-feira (26) para falar sobre o desfecho da história.

A decisão de Jadson tem muito a ver com a família. O meia viveu na Ucrânia entre 2005 e 2012, período em que defendeu o Shakhtar Donetsk, e uma conversa com a esposa o ajudou a escolher a permanência.

No entanto, um bate-papo com Tite também teve enorme peso para isso. O treinador não colocou empecilhos para a saída e até desejou boa sorte ao meia, mas disse que gostaria que ele ficasse e enalteceu a importância dele.

"O Jadson pensou muito no Tite", confirmou um membro do estafe do jogador. "Ele quer gravar o nome no clube e quer ganhar títulos. Já imaginou o Corinthians ganhando a Libertadores e ele sendo protagonista?", completou a fonte, que pediu para não ser identificada.

Contratado em 2014, em negócio que encaminhou Alexandre Pato ao São Paulo, Jadson hoje é titular absoluto do Corinthians. Depois da saída de Lodeiro, que trocou o time alvinegro pelo Boca Juniors, o camisa 10 assumiu o lado direito no 4-1-4-1 montado por Tite e tomou conta da posição.

A decisão de ficar, portanto, tem a ver com o status que o meia desfruta no time atualmente. Mas no início de janeiro, quando ele recusou oferta do Flamengo e também decidiu permanecer, a situação não era bem assim. Naquela época, ele tinha pouco espaço e ainda acompanhava notícias sobre negociações do Corinthians com outros jogadores da posição - Conca (Fluminense) e Óscar Romero (irmão de Ángel Romero, do Cerro Porteño) eram possibilidades para o elenco de 2015, o que aumentaria ainda mais a concorrência no setor do camisa 10.

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Flamengo, chegou a entrar em contato com Jadson e deu aval para o negócio. O meia receberia na Gávea os mesmos R$ 300 mil que ganha no Corinthians, mas teria mais espaço. Ainda assim, recusou e foi incluído na delegação alvinegra que viajou para fazer pré-temporada na Flórida. Uma das principais explicações para isso foi justamente a animação com a chegada de Tite, que voltou ao clube paulista em dezembro de 2014.