Jadson conta que ouviu mulher e contrariou agente para ficar no Corinthians

Nesta quinta-feira, Jadson concedeu a primeira entrevista após recusar o Jiangsu Sainty-CHN e permanecer no Corinthians. Sincero e bem humorado nas respostas, ao lado do diretor de futebol Sérgio Janikian, o meia admitiu o papel da mulher Renata para que ficasse. E também contou que seus agentes aceitaram a posição, mas ficaram decepcionados.

"Não teve muita pressão, não. Só estavam com uma arma na minha família falando 'vai ou não'", brincou Jadson.

"Já estou há quase dez anos com meus empresários, são extraordinários, não tenho nada a falar deles, fazem a palavra deles que é trazer negócio para mim. Eles me deixaram tranquilo para decidir, não teve pressão. Eu falei que não queria, mas eles ficaram um pouco decepcionados e falei que faz parte da vida, que quero ir atrás dos meus objetivos, e eles entenderam depois. Eles fazem o trabalho deles, eu faço o meu, cada um tem sua função na vida", explicou o camisa 10.

A referência é ao trio Marcelo Robalinho, Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva, representantes das empresas Thinkball e Mamabru. Esta última tinha direito a 70% da negociação que seria fechada na China, o que renderia a eles aproximadamente R$ 8 milhões. Como Jadson ficou e o contrato atual se encerra em dezembro, a chance de recuperar essa quantia é improvável.

"A proposta chegou, no começo fiquei pensativo e fiquei em cima do muro. Às vezes você ouve pessoas, amigos, família, o pessoal do clube, a comissão, a diretoria, e somando tudo, a minha família e eu estamos muito felizes e adaptados em São Paulo. Então isso pesou muito isso na vontade de ficar", comentou Jadson.

"O Corinthians é grande, me sinto feliz aqui jogando e com um elenco muito bom de trabalhar. O Tite é uma ótima pessoa. Meu sonho é conquistar títulos e deixar imagem boa antes de sair do Corinthians", explicou ainda, com uma frase emblemática. "Sou eu que vou, falar não é fácil. É lá do outro lado do mundo".

Confira outras respostas de Jadson:

COMO SURGIU
Fiquei sabendo no dia do jogo com o São Paulo, fui pego de surpresa e depois existia mesmo. Foi uma semana um pouco difícil, não é decisão fácil de tomar, mas pensei bem antes de ontem (quarta-feira). Tive conversa com diretoria, Tite, falando que queria ficar e estou feliz.

META DE 2015
Um dos meus objetivos é ter regularidade no ano. Esse é meu objetivo, ter regularidade, conseguir ajudar os companheiros e penso que dinheiro é bom, mas não é tudo na vida. Agi mais pelo coração que pela razão. Estou feliz aqui e vou continuar trabalhando firme, e quero realizar um dos sonhos que é ter títulos aqui.

CONTRATO ACABA EM 2015
Tenho oito ou nove meses (de contrato) e não é momento de falar em renovação. Tenho meu vínculo, tenho que fazer minha obrigação, treinar bem. Não tenho pensado nisso no momento e a diretoria também não.

VOLTA POR CIMA NO INÍCIO DO ANO
O Tite mandou a mensagem a todos (em dezembro) que era pra focar que a gente tinha compromisso muito difícil na Libertadores. Nos Estados Unidos, peguei firme (na pré-temporada), fiz trabalho com a nutricionista, com todos da comissão trabalhando muito forte e firme. O Lodeiro merecidamente estava como titular, é uma ótima pessoa, tem qualidade técnica muito boa e chegou melhor na pré-temporada. Nunca fui de reclamar, não fiquei reclamando pelos cantos. Ninguém sabia (que Lodeiro) sairia e ele foi negociado, pegou todo mundo de surpresa. Vi que ali era a hora de mostrar que eu tinha condições de ajudar ele e a equipe. De lá para cá tenho dado meu melhor.

POSIÇÃO DE TITE
O Tite em nenhum momento pressionou. Deixou só claro o que pensa do meu futebol e da minha importância, que eu tomasse a decisão certa. Aqui todo jogador tem que jogar todos os jogos em alto nível, todo mundo sabe da pressão e aqui tem muitos jogadores de qualidade. A qualquer momento que der brecha, outro vai querer entrar para mostrar serviço. Sei do risco, mas estou focado, quero ser campeão aqui e vou trabalhar muito para isso.

POSTURA NAS CONVERSAS
Ouvi muitas coisas, pessoas falando que já estava certo, mas em nenhum momento falei publicamente que queria ir. Fiquei e não quer dizer que sou titular absoluto, todos têm sua função e importância, e vou continuar trabalhando firme. Vou continuar trabalhando para ganhar a comissão técnica e a torcida do Corinthians.

CONVERSA COM A FAMÍLIA
Hoje não posso tomar decisão sozinho. Tenho mulher, dois filhos e converso muito com ela. Se eu falasse que ia, ela iria junto comigo. A gente conversou e minha decisão foi ficar. O Gil brincou que (dirigentes do Corinthians) tinham agendado a compra de dois terrenos com essa venda. Vamos continuar trabalhando e esquecer isso, focar na Libertadores e Paulista.