Topo

"Quebra-galho" corintiano já treinou time na crise e ganha espaço em 2015

Auxiliar, Carille enfrenta lateral Fagner em treino no Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Auxiliar, Carille enfrenta lateral Fagner em treino no Corinthians Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

27/02/2015 06h00

Acostumado a ter três auxiliares técnicos desde 2010, o Corinthians iniciou esta temporada com realidade diferente. Sylvinho integrava a trinca de escudeiros de Mano Menezes, mas foi trabalhar na Inter de Milão-ITA e não teve um substituto contratado. Para quem ficou, trabalho dobrado e também oportunidade de mostrar serviço. 

É o caso de Fábio Carille, auxiliar técnico que chegou ao clube em 2010, trabalhou com três treinadores diferentes - Mano, Adílson Batista e Tite - e agora se desdobra para dar conta da parte do trabalho a mais que restou de Sylvinho. Entre essas tarefas, inclusive, está dividir o campo com os jogadores em treinamentos, como na última segunda-feira.

Com parte do elenco em recuperação física porque havia jogado um dia antes, Carille completou o treino como volante ao lado do jovem Marciel como um típico camisa 8. Jogador de carreira curta, ele se mostrou em ótima forma física e técnica aos 41 anos. O sol era intenso, a atividade era pegada e o auxiliar orientou os reservas, marcou o campo (reduzido) todo e quase fez até um golaço. 

Três dias antes, sob os olhares de Tite, Fábio Carille também liderou praticamente todo o treinamento com foco na saída de bola, marcação pressão e que exigia raciocínio rápido dos atletas. Ora como comandante, ora como jogador, Carille já passou por quase todas as funções possíveis nesses quase seis anos. E o momento de maior exposição e responsabilidade ocorreu justamente no ano em que ele chegou.

Com o Corinthians em crise no Campeonato Brasileiro 2010, ele foi escalado pelo então presidente Andrés Sanchez para o lugar do demitido Adílson Batista. Questionado pelos líderes do elenco porque jogava de maneira muito ofensiva e expunha os defensores, Adílson saiu e coube a Fábio Carille reajustar a casa em um empate sem gols contra o Guarani. Na sequência, Tite chegou para iniciar sua trajetória.  

Nessa vida de quebrar galhos em vários momentos, o auxiliar deu talvez suas contribuições mais efetivas na indicação de jogadores para o Corinthians. Contratado por Mano Menezes para o clube, Carille trabalhava no Grêmio Barueri que se destacou na Série A 2009. Foi a equipe que projetou Ralf, nome avalizado por Fábio.  

Dois anos depois, na seleção brasileira, Mano o elegeu para ser espião durante a Copa América. Foi quando Carille sugeriu ao clube a contratação de Paolo Guerrero, artilheiro do torneio pelo Peru, para ser o substituto de Liedson no Corinthians. No fim das contas, contribuiu com dois campeões mundiais em 2012, Ralf e Guerrero. 

No processo eleitoral do Corinthians, o alto custo da comissão técnica foi questionada por opositores, por mais que seja apontada como uma das razões para os títulos conquistados nos últimos anos. Na chegada, Tite sugeriu a contratação do filho Matheus Bacchi para o lugar de Sylvinho, mas prevaleceu o corte de custos.