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Após 14 anos, São Paulo volta a ter futebol feminino, mas longe do Morumbi

Sissi e Kátia Cilene foram destaques do futebol feminino do São Paulo no fim da década de 90 - Thomas Kent Cooke /Allsport
Sissi e Kátia Cilene foram destaques do futebol feminino do São Paulo no fim da década de 90 Imagem: Thomas Kent Cooke /Allsport

Guilherme Palenzuela e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/02/2015 06h00

Em 1997, o São Paulo conquistou de forma arrasadora o Campeonato Paulista de futebol feminino. Com goleada atrás de goleada – 9 a 0 na Portuguesa, 11 a 0 no Rio Negro – o time que tinha como craque a meia Sissi, da seleção brasileira, encerrou suas atividades em 2001, por dificuldade em encontrar patrocinadores. Agora, o clube do Morumbi voltará a ter um time feminino – ainda que vá atuar longe do seu próprio estádio.

Nos próximos dias, o São Paulo vai lançar uma nova equipe de futebol feminino para disputar a temporada 2015. Segundo o clube, o objetivo é expor a marca em mais lugares e resgatar a imagem de uma instituição poliesportiva, e não simplesmente um time de futebol.

Para bancar a iniciativa, o São Paulo conta com o apoio de várias empresas –de acordo com a diretoria, um orçamento foi fechado e será bancado 100% pelos parceiros, que incluem Mercedes, a Bauducco e as empresas Altec e Capes.

A camisa alternará campanhas voltadas para o público feminino, como contra o câncer de mama, a violência contra a mulher e outras ações sociais.

Ao contrário do que acontecia com o time de 97, o novo time feminino, pelo menos por enquanto, não jogará no Morumbi. As entradas para as partidas serão trocadas por alimentos, o que torna inviável o custo de atuar no seu estádio e a manutenção de um CT. A solução encontrada foi uma parceria com a prefeitura de Barueri: a equipe mandará jogos em um CT na região ou na Arena Barueri.

 O São Paulo feminino do final da década de 90 era um esquadrão: além de Sissi, considerada a melhor jogadora do Brasil antes de Marta, passaram também Kátia Cilene, Formiga e a goleira Andréia, todas jogadoras de seleção brasileira. Neste recomeço, não haverá loucuras nem contratação de estrelas.

“Neste primeiro momento queremos criar um time competitivo, que faça um bom papel. A ideia é consolidar o time, brigar nas competições, e ir crescendo em cima disso”, afirmou o diretor comercial do São Paulo, Marcelo Pepe.

Sem nomes como Marta e Cristiane, por exemplo, o time deverá ter algumas atletas estrangeiras: estão nos planos três da seleção argentina e três da Colômbia.

O treinador é Marcelo Frigélio, vice-campeão brasileiro no ano passado pelo Kindermann, de Santa Catarina. O técnico também já treinou a seleção de Guiné Equatorial.

O São Paulo vai divulgar nos próximos dias uma peneira – a ideia é que cerca de quatro jogadoras que se destacarem sejam incorporadas ao time. A previsão é de que a equipe feminina comece os treinamentos em 15 dias.