Vitórias sobre o Cruzeiro já fizeram o Atlético-MG de Levir mudar de rumo

O resultado em um clássico pode mudar completamente a temporada para um clube. A história quase centenária entre Atlético-MG e Cruzeiro é repleta de situações assim. Com quase 500 partidas no comando das equipes mineiras, o técnico Levir Cupi já vivenciou os dois lados da história e sabe como a euforia ou decepção pelo resultado muda tudo. O vencedor que arrancou a partir do triunfo sobre o rival ou o perdedor que afundou na crise após uma derrota marcante.

O exemplo mais recente nessa mudança de rumo foi o duelo pelo 2º turno do Campeonato Brasileiro do ano passado. Apesar de ser um jogo pela 23ª rodada da competição, o Cruzeiro já estava folgado na liderança, com sete pontos de vantagem sobre o São Paulo. Já o Atlético vivia uma fase instável, sempre patinando na hora de entrar no G4. O triunfo nos minutos finais deu confiança ao time alvinegro, que partiu forte na sequência do Brasileirão e também para a conquista da Copa do Brasil.

“Clássico não tem momento, é sempre difícil. Você ganha é aquela coisa, vai te credenciar a estar bem melhor, se vê de outro jeito. Se perde é o outro jeito, vão questionar. Mas sabemos que futebol é assim. Como nós não pensamos em derrota, para a gente é o melhor momento enfrenta o Cruzeiro. Vai ser um jogo aberto, mas sabemos que vai ser difícil, pelo fato da força que tem o Cruzeiro. Mas estamos tranquilos e com uma semana boa de trabalho, vamos chegar mais fortes”, comentou o zagueiro Edcarlos.

Outro clássico emblemático para os atleticanos e sob o comando de Levir Culpi aconteceu na temporada 2007, dessa vez pela primeira fase do Campeonato Mineiro. A equipe havia conquistado a Série B meses antes e chegou ao primeiro duelo com o maior rival em baixa. Até o jogo que aconteceu no dia 10 de fevereiro, o time de Levir Culpi ainda não havia vencido em 2007. Eram duas derrotas e um empate, contra Villa Nova, Tupi, e Rio Branco.

Liderado pelo meia Marcinho, hoje no Vasco, o Atlético venceu por 3 a 1, de virada. O zagueiro Gladstone abriu o placar para o Cruzeiro, mas a equipe atleticana venceu com gols de Coelho, Danilinho (na verdade foi contra, do lateral esquerdo Fábio Santos, mas o juiz marcou como gol do atleticano) e Marcinho. Com o resultado, o time ganhou confiança e semanas depois conquistou o Estadual sobre o próprio Cruzeiro, inclusive com uma goleada por 4 a 0.

Sem nenhum ponto na Libertadores, com duas derrotas em dois jogos, e com atuações abaixo do esperado no Mineiro, vencer o Cruzeiro pode significar um novo rumo na temporada 2015 do Atlético. “Meu nível de confiança ainda é baixo, mas, no sábado e no domingo, será muito alto”, brincou Levir Culpi, que espera ver uma equipe mais forte diante do maior rival, especialmente por causa da mobilização que acontece em função do clássico.

“Ainda não sinto que o time esteja jogando bem, então é problema meu. Natural que seja o comandante que está passando alguma coisa que está demorando para o pessoal pegar. Claro que temos algumas atenuantes. Mas pelo elenco que nós temos, deveríamos estar jogando melhor”, comentou o treinador, que tem mais triunfos do que derrotas nos clássicos mineiros.

Pelo lado alvinegro são dez vitórias, quatro empates e somente duas derrotas. No lado celeste um pouco mais de equilíbrio, mas com vantagem para Levir, que no comando do Cruzeiro venceu o Atlético em nove oportunidades, contra seis derrotas e cinco empates. Portanto, o duelo deste domingo vai ser o 37º do treinador.