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Como Atlético-MG e Cruzeiro deixaram de ser centro das atenções no Brasil

Atlético-MG e Cruzeiro disputaram a final da edição passada da Copa do Brasil - Bruno Cantini/Atlético-MG
Atlético-MG e Cruzeiro disputaram a final da edição passada da Copa do Brasil Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Enrico Bruno, Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

04/03/2015 14h40

Atlético-MG e Cruzeiro estiveram em evidência nas duas últimas temporadas. Os títulos da Libertadores em 2013 e da Recopa Sul-Americana e da Copa do Brasil em 2014 ficaram na Cidade do Galo. Os comandados de Marcelo Oliveira, por sua vez, alcançaram um feito inédito para um time de Belo Horizonte: o bicampeonato brasileiro consecutivo. No início deste ano, contudo, as equipes sofrem queda de rendimento e lutam para retomar a trilha do sucesso.

A mudança de comportamento na Toca da Raposa II é facilmente explicada pela saída de boa parte do elenco bicampeão nacional. Se forem considerados somente os titulares da vitoriosa campanha do ano passado, cinco – Egídio, Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo Moreno – deixaram a capital mineira, sendo que Dedé está no departamento médico e tem previsão de retorno para o segundo semestre.

A ausência da base campeã nacional acarreta em uma campanha abaixo das expectativas nas primeiras rodadas da Copa Libertadores da América. Em dois jogos disputados, foram dois empates, diante de Universitario de Sucre (BOL), na Bolívia, e Huracán (ARG), no Mineirão. Em ambos, o Cruzeiro sequer balançou as redes de seus adversários, o que é justificado pela falta de entrosamento por Marcelo Oliveira.

“O entrosamento é fundamental, especialmente quando se enfrenta equipes fechadas. Quando já se tem um time entrosado, que se joga há muito tempo, sabe como é a passagem do lateral. Por tudo que fizemos nos jogos, poderiam ser diferentes. Poderíamos ganhá-los com certa tranquilidade. Poderíamos ter caprichado mais na finalização ou nos escanteios. O Cruzeiro atacou muito, gerou falta e tínhamos que caprichar”, afirmou.

“O Cruzeiro não tem um time entrosado e isso faz falta quando é Libertadores. Um time entrosado decide a jogada mais rapidamente de forma natural”, acrescentou.

Pelo lado do Atlético, a situação é um pouco diferente. O time comandado por Levir Culpi perdeu apenas um titular: Diego Tardelli. A queda de rendimento, sobretudo na Libertadores, competição em que foi derrotado nas duas vezes que entrou em campo, contra o Colo-Colo (CHI), em Santiago, e o Atlas (MEX), em pleno estádio Independência, é justificada pelo treinador com o número de lesionados. Marcos Rocha, Douglas Santos e Lucas Pratto, dentre os titulares, estão no departamento médico.

“Nossa coordenação de jogo pelas laterais era muito boa no ano passado. Temos três jogadores do sistema defensivo, considerados titulares, que não estão jogando, sendo dois laterais. Nossa coordenação de jogo pelas laterais era muito legal no ano passado. Agora temos outros dois jogadores se adaptando à posição, que são bons jogadores, mas ainda não estão no melhor de suas formas. Isso pesa também. Começamos a temporada com o Pratto como referência. Ele se machucou, e agora estou vendo como fica e vamos ter que lidar com isso durante o ano com certeza. Estamos sofrendo esse desgaste. Não estamos jogando bem, ainda não achamos o ponto do time”, disse.

Levir Culpi ainda assume a culpa pelo desempenho da equipe na atual edição da competição internacional. “Ainda sinto que o time não está bem. Naturalmente, o problema sou eu. O comandante não está passando alguma coisa que está demorando para o pessoal pegar. A mudança de alguns jogadores serve como explicação, mas não justifica o mau desempenho. Pelo elenco que temos, já deveríamos estar jogando melhor e essa responsabilidade é minha”.

Neste domingo, Cruzeiro e Atlético se enfrentam pela sexta rodada do Campeonato Mineiro 2015, no Mineirão. A partida pode representar a reação do clube vencedor neste início de temporada.