Presentes em treino do Cruzeiro, pais de lateral usam alemão em diálogos
Nos últimos 20 dias em Belo Horizonte, Fabiano acorda e diz “Guten Tag” (“bom dia”, em alemão) a Inácio e Janete Leismann, relembrando os tempos de infância em São João do Oeste, no interior de Santa Catarina, cidade onde 96% da população se comunica por meio do idioma. Ao lado dos pais, o português fica em segundo plano e a língua germânica se torna a principal da família.
Presente na Toca da Raposa II na tarde desta quarta-feira para acompanhar ao trabalho após o empate diante do Huracán, da Argentina, pela Copa Libertadores da América, o pai do defensor conta que o alemão é normal no cotidiano.
“Na nossa cidade, 96% da população fala alemão. Entre nós, falamos apenas alemão. Não tem jeito. O português é até meio complicado de entender para nós. É meio estranho. Às vezes, a gente até erra algumas expressões”, conta Inácio.
“Às vezes, ele está no telefone conosco e fala em alemão, mesmo ao lado de muita gente que fale português. A gente só conversa em alemão, não tem jeito. Hoje, como estamos aqui com eles (Orestes e Iracema Grolli, pais do zagueiro Douglas Grolli), temos que conversar em português”, acrescentou.
Inácio ainda relata uma história dos tempos em que Fabiano estava na escola. As professoras costumavam perguntá-lo em português e o atleta não titubeava ao responder em alemão.
“É verdade (risos). As professoras perguntavam em potuguês e ele respondia em alemão. É porque não tinha jeito, todo mundo na cidade é criado assim, falando o alemão. O português é bem diferente para gente”, concluiu.
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