Suborno, ameaça e vestiário invadido. Bilionário tumultua o futebol grego
Evangelos Marinakis tem 47 anos, é grego e bilionário. Também é o personagem central de uma trama que ameaça o futebol na Grécia. Alvo de graves acusações, entre elas de liderar manipulação de resultados no país por meio de subornos, ameaças e extorsões, o empresário há anos consegue escapar da Justiça. É um dos homens mais influentes da Grécia e também um dos mais temidos.
Desde 2010, Marinakis é proprietário do Olympiacos, o time mais vencedor do país. Também assumiu a presidência da Super Liga grega e é vice da federação local. Os cargos evidenciam o poder que ele conseguiu levar do mundo dos negócios para o esporte. O problema está no que é feito debaixo dos panos, segundo as autoridades locais.
Há anos o bilionário que fez muito dinheiro na navegação comercial está na mira da promotoria grega. Horas de conversas telefônicas foram gravadas e indicam que Marinakis manda e desmanda em esquemas ilícitos no futebol grego.
A lista é extensa. Em maio de 2013, invadiu o vestiário da arbitragem no intervalo da partida entre o seu Olympiacos e o Asteras Tripolis, quando os times empatavam por 1 a 1. Na etapa final, com decisões polêmicas, o Olympiacos venceu por 3 a 1. Marinakis quebrou a regra da entidade da qual era vice-presidente ao entrar no vestiário e se defendeu. “Foi apenas uma visita para desejar boa sorte”.
Meses antes, um árbitro grego filiado à Fifa denunciou que recebera pressão para favorecer o Olympiacos. Negou-se a ajudar a equipe do bilionário, que perdeu. Dias depois, a padaria do árbitro foi vandalizada e na sequência incendiada.
A promotoria ainda acusa Marinakis de comandar um esquema de manipulação de resultados que atinge até divisões inferiores do futebol grego. Ligações provam que o bilionário era consultado quando árbitros eram escolhidos para algumas partidas. Ele aprovava, ou não, esses nomes.
Mas como esse “poderoso chefão” ainda está livre? Segundo a promotoria e jornalistas independentes do país, Marinakis exerce grande influência sobre políticos, juízes e até na grande mídia. Em outras conversas telefônicas grampeadas, ele aconselha o editor de um grande jornal a formular a manchete do dia seguinte.
Paralelamente a isso, o futebol grego vive uma de suas maiores crises. Só nesta temporada o campeonato já foi suspenso três vezes. Duas por violência dentro do estádio, outra pela agressão a um chefe de arbitragem. O caso de Marinakis está na Justiça, mas seu julgamento já sofreu vários adiamentos e o promotor responsável foi substituído. E o bilionário segue transitando tranquilamente nas esferas do poder grego.
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