Após flertar com centroavante fixo, seleção volta a apostar em mobilidade
Em pelo menos duas respostas da entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (05), minutos depois de anunciar os convocados para amistosos contra França (26 de março, no Stade de France, em Saint-Denis) e Chile (29 de março, no Emirates Stadium, em Londres), Dunga falou sobre o quanto tem priorizado a velocidade na montagem da seleção brasileira. E nenhuma opção do treinador tem mais relação com isso do que a posição de centroavante: após flertar com um homem mais fixo, o comandante da equipe nacional voltou a apostar na mobilidade.
Diego Tardelli foi o jogador escolhido por Dunga para usar a camisa 9 depois da Copa de 2014. Na época, o jogador estava no Atlético-MG e atuava aberto pelo lado direito – lépido e versátil, ele tem perfil absolutamente distinto de Fred, que havia sido titular no Mundial.
No entanto, o 9 de Dunga esteve indisponível na última convocação. O treinador preservou times brasileiros, que estavam em fase final de temporada, e não levou representantes de equipes locais para os amistosos contra Turquia (vitória por 4 a 0) e Áustria (vitória por 2 a 1). Luiz Adriano, do Shakhtar Donetsk, foi o companheiro de Neymar.
A adição de Luiz Adriano à equipe mudou um pouco a característica da seleção montada por Dunga. O centroavante tem mais presença de área do que Tardelli, mas se movimenta menos.
A opção não se manteve na convocação desta quinta-feira. Tardelli voltou a ser o único homem de área na lista – aliás, o camisa 9, que em 2015 trocou o Atlético-MG pelo Shandong Luneng, pode ser o primeiro representante de uma equipe chinesa em uma partida da seleção brasileira.
As outras opções ofensivas de Dunga para os amistosos contra França e Chile são jogadores que flutuam e atuam mais longe da área. São os casos de Robinho e Roberto Firmino, que o técnico já escalou ao lado de Neymar em trechos de partidas.
Até o próprio Neymar já foi usado por Dunga como atacante mais agudo. O jogador do Barcelona, com sete gols em seis jogos, é o artilheiro da seleção pós-Copa de 2014 – a equipe nacional balançou as redes 14 vezes, e os outros marcadores são Diego Tardelli (2), Willian (2), David Luiz, Roberto Firmino e o turco Kaya (gol contra).
A passagem atual é a segunda de Dunga pelo comando da seleção. O time nacional já disputou seis jogos após a Copa de 2014 e conseguiu seis triunfos.
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