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Sambista da nova geração é botafoguense doente e já embalou a concentração

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/03/2015 06h00

Léo Russo é um sambista da nova geração. E ele não esconde de ninguém que é botafoguense doente. O cantor e compositor gravou a música "Reage meu Botafogo", de autoria de Dom Elias. A letra tem tudo a ver com o momento em que o clube atravessa após ser rebaixado para a segunda divisão. Após conhecer o técnico René Simões, foi convocado para levar a mensagem para os atletas. E o resultado foi uma grande festa.

“Na minha família, só eu e minhas duas irmãs somos botafoguenses. Minha mãe era Fluminense, mas agora torce pelo Botafogo também por causa da gente. Minha paixão foi quando tinha 6 anos. Meu tio me deu uniforme do Flamengo, mas sempre falei que era botafoguense. Eu e meus amigos da escola éramos da geração “Túlio Maravilha”. O Botafogo me encantou, foi paixão à primeira vista. Timaço, né? Vagner, Túlio, Gonçalves, Donizete, Sérgio Manoel me marcaram muito. Me achava o Túlio quando tomava o ‘7up’. Tenho o prazer de conhecer essa turma toda que são meus ídolos”, disse o cantor e compositor ao UOL Esporte.

Com Beth Carvalho como madrinha, Léo Russo é considerado um dos sambistas mais talentosos da nova geração. Além do samba, os dois têm outro elo em comum: o amor pelo Botafogo. E foi justamente dessa amizade que o cantor conheceu a música “Reage meu Botafogo”, composta por Dom Elias, mesmo autor de “Esse é o Botafogo que eu gosto”.

Ao ouvir pela primeira vez a música, Léo não teve dúvida. Queria gravá-la de qualquer maneira até que conheceu Dom Elias no restaurante do ex-goleiro Vagner, em Niterói. Na hora fizeram um vídeo amador cantando a música e o sucesso foi instantâneo na internet. Mais de 150 mil visualizações.

“A música tem 30 anos. Ela não ficou tão conhecida na época. Tinha que ser agora. Parece que foi feita há algumas horas, pois cabia com o momento do Botafogo, que foi rebaixado. A torcida está meio cansada. O ano passado valeu por 10 anos de desgaste. Eu vi o Botafogo caído, muito mal. E quando vi essa música...”

O sucesso foi tanto que chegou aos ouvidos do técnico René Simões, que não teve dúvida. Convocou Léo Russo para a ‘invadir’ a concentração do Alvinegro. Ao lado de Dom Elias e outros músicos, Léo fez uma animada roda de samba para os atletas, que explodiram ao ouvir “Reage meu Botafogo”.

“Eu gostei muito da pessoa René. Pés no chão, olha nos olhos. Ele é do bem e torço muito para ele dar certo. Ele adorou a música e me chamou para ir a concentração. Cantamos samba das antigas, hino do Botafogo. Mas quando chegou a hora do “Reage meu Botafogo”… Foi muito festejado pelos atletas”, conta orgulhoso.

E o sucesso foi muito satisfatório para o cantor, que sempre esteve presente nos jogos. Maracanã, Caio Martins e, agora, Engenhão. Com 25 anos, ele começa a colher os frutos do sucesso. Convidado para participar da transmissão da TV Globo contra o Flamengo, ele dividiu o camarote com Marcelo Adnet e os rubro-negros Gabriel Pensador e Marcius Melhen.

“A paixão pelo Botafogo continua a mesma de quando era moleque. Não mudei nada. Sempre andei com a camisa do clube para onde ia e isso continua. É uma paixão verdadeira. É o time mais poético do Brasil. É uma poesia. Além de futebol, ele é uma poesia. E das melhores, como se fosse de Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Cartola. O Botafogo é o mais poético do Brasil, disparado”, concluiu o fanático alvinegro.