Santos vê Enderson cavar saída e mira 'Dorival barato' para o cargo

A diretoria do Santos alega que foi pega de surpresa com a saída do técnico Enderson Moreira. O UOL Esporte apurou que o presidente Modesto Roma e companhia acreditam que o treinador “cavou” a sua saída ao fazer declarações polêmicas na mídia, pois está apalavrado com outro clube brasileiro. Vasco e Fluminense são os candidatos na ótica dos santistas.

Nesta semana, Enderson deu declarações fortes em relação aos atletas revelados pelo Santos, principalmente Gabriel Barbosa, o Gabigol. O treinador disse publicamente que o camisa 10 precisa ter mais comprometimento com o jogo coletivo. Nos bastidores, ele chamava Gabigol de “estrelinha e mascarado”.

Para o lugar de Enderson Moreira, a diretoria santista se reuniu no inicio da noite de quinta-feira, na Vila Belmiro, para discutir os nomes do substituto. Dorival Júnior, que deixou o clube em 2010 após atrito com Neymar, é o nome preferido de Modesto Roma e da maioria dos integrantes do Comitê Gestor.

No entanto, Dorival terá que aceitar um salário semelhante à de Enderson Moreira, que recebia cerca de R$ 180 mil. A diretoria santista, inclusive, pretende oferecer pouco mais de R$ 100 mil para iniciar as negociações.

Outros ex-treinadores do clube também interessam – casos de Claudinei Oliveira e Vagner Mancini. O primeiro agrada principalmente ao presidente santista. Já Mancini tem o lobby de Dagoberto Santos, diretor executivo do clube paulista, que trabalhou com o treinador no Atlético-PR.

Os técnicos Argel e Narciso, que foram ex-atletas do Santos, também foram cogitados na reunião, mas estão em uma espécie de “segunda lista”. Eles só serão melhores avaliados caso não exista acerto com Dorival, Mancini e companhia.

Enderson Moreira pôs fim ao seu relacionamento com a diretoria quando não aceitou as críticas em relação a sua postura na mídia. Ao ser questionado sobre a polêmica com os “pratas da casa”, o treinador não concordou e retrucou cobrando salários atrasados e reforços não contratados, principalmente Walter, do Fluminense.

O descontentamento do elenco com Enderson era notório.Os jogadores mais experientes não suportavam a maneira como o técnico se portava perante sobretudo com os mais jovens. Horas antes de ser demitido, Enderson comandou atividade no campo. Em um momento do treino, ele chamou a atenção do zagueiro Werley, atirando a bola em direção ao atleta. Werley saltou para não ser atingido. Percebendo que o clima não estava bom, Robinho pediu calma a todos.

Enderson também deu dura no zagueiro Gustavo Henrique. Após o atleta errar um passe, o técnico gritou: “Está na pu... desgraçada”. Os jogadores ficaram revoltados com a atitude do técnico e, por isso, o denunciaram a diretoria. O presidente Modesto Roma nega que houve complô contra o comandante.