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Goleiro que fez gol ao dar chutão vive "estrelato" e ainda não acredita

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

09/03/2015 16h10

Um lance inusitado foi uma das marcas do futebol brasileiro no domingo, no Campeonato Paranaense. Jhonatan, goleiro do Operário, deu despretensioso estouro de bola para o campo do Nacional, só que ele acertou em cheio o gol e definiu a vitória do seu time por 2 a 1.

Aos 23 anos de idade e vinculado ao Joinville, o jovem atleta curte o momento de “celebridade”. Após marcar pela primeira vez como profissional, ele admite que não tinha a intenção de acertar a rede adversária e que a forte chuva ajudou no tento anotado.

Em entrevista ao UOL Esporte, Jhonatan falou sobre a emoção do lance, a reação dos companheiros e a maior influência na posição: Fábio, do Cruzeiro.

Já tinha feito gol de goleiro?

“Não, nunca fiz este foi o meu primeiro gol. Eu sou goleiro desde os meus seis anos de idade, joguei futsal até os 15 anos e depois fui para o campo.”

Qual o seu ídolo no futebol?

“Eu tenho admiração pelo Fábio, goleiro do Cruzeiro. Ele é um cara que dá um bom testemunho de vida, tanto dentro como fora dos campos, um cara trabalhador, um cara de liderança. Eu tenho muito respeito pelo Fábio.”

Como surgiu aquele lance, você pretendeu fazer o gol, teve a intenção de fazer o gol?

“Não, eu não fui com a intenção. O campo do Nacional estava um pouco ruim e começou a chover, estava difícil de trabalhar a jogada. Toda a hora a bola era rifada lá na frente e não quis sair com a bola atrás, porque é um perigo. Pensei como a gente tem dois centroavantes fortes lá na frente, vou tentar fazer alguma jogada. Quando a bola saiu do meu pé, vi que foi muito forte e passou pela defesa. Depois, vi que caiu lá dentro da pequena área, quicou e bateu na trave. Quando eu olhei, o bandeira estava correndo para o meio do campo e o pessoal vindo me abraçar. Foi uma sensação muito diferente, foi muito legal.”

Quando você realmente percebeu, sentiu que a bola ia entrar? A partir de que momento da trajetória da bola?

“Eu senti a partir do momento que a bola passou pelo zagueiro, ele começou dar umas passadas para trás e viu que não ia chegar na bola. Mas não imaginei que ia sair o gol, eu pensei que a bola ia ficar numa poça d’água ou que o goleiro ia defender.”

Qual foi a reação dos seus companheiros depois deste gol?

“Eles saíram dando risadas e falaram: ‘vai sair no Fantástico’. Depois os meus companheiros receberam via WhatsApp mensagens dizendo que estava passando em todos os jornais. Todo mundo estava feliz.”

Quantas entrevistas desde ontem você concedeu?

“Na hora que eu saí do campo foram várias entrevistas. Agora já dei para mais duas emissoras de TV. Hoje eu estou sendo o homem do Operário, graças a Deus. Hoje eu me sinto feliz primeiramente por ter ajudado o Operário, e me sinto feliz por ter feito o primeiro da minha carreira. O presidente e o treinador me deram os parabéns, ficaram contentes, deram muitas risadas e não acreditaram no gol.”

Você já tinha visto um gol assim? O que passou pela sua cabeça na hora?

“Já tinha visto. Na hora que eu fiz o gol lembrei do goleiro Eduardo Martini, quando ele jogava no Avaí. Foi o último gol que aconteceu aqui no Paraná, ele fez um lá na Ressacada.”