Topo

Arouca, o novo Ganso: apesar da saudade, santistas devem hostilizar volante

Samir Carvalho/UOL Esporte
Imagem: Samir Carvalho/UOL Esporte

Danilo Lavieri e Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

10/03/2015 12h00

Arouca ainda não brilhou com a camisa do Palmeiras. Até agora, foram três jogos – nenhum completo – e uma expulsão depois de oito anos de carreira. Discreto no time de Palestra Itália, o camisa 5 deixou saudades no Santos. O clube não encontrou um substituto para o volante.

A saudade, no entanto, se limita aos integrantes da comissão técnica e dirigentes do Santos. Fora de campo, mais precisamente, nas arquibancadas, o sentimento é outro. O torcedor vê Arouca com um “novo Ganso”, que também trocou o alvinegro praiano por um rival da Capital.

Desta forma, Arouca terá a mesma experiência que Ganso teve quando retornou a Vila Belmiro. Nesta quarta-feira, no clássico entre Santos e Palmeiras, válido pela nona rodada do Campeonato Paulista, o camisa 5 deve ser hostilizado pela torcida santista.

Em 2013, quando enfrentou o Santos pela primeira vez, Ganso encarou um clima bastante hostil na Vila Belmiro. Os torcedores chegaram ao local com gritos xingando o jogador, e ofensas em faixas. Uma delas, armada na sede de uma torcida organizada do clube ao lado da Vila exibia a figura de um cisne ao lado de uma nota de R$ 100. A faixa, inclusive, foi interpretada como homofóbica pela Polícia Militar que impediu o acesso ao estádio.

Durante o jogo, Paulo Henrique Ganso teve que suportar as faixas de protestos e as vaias sempre que tocava na bola. Arouca deve “repetir” o meia e encarar a mesma pressão no duelo desta quarta-feira.  O camisa 5, além de trocar o Santos pelo rival, acionou o clube na Justiça um mês depois de divulgar uma nota oficial dizendo que jamais faria isso.

Nos bastidores da Vila Belmiro, Arouca e Ganso são tratados como traidores e, inclusive, tiveram suas imagens apagadas no muro do CT Rei Pelé.

Dentro de campo, Arouca faz muita falta. A equipe santista ficou sem ligação entre a defesa e o ataque. O veterano Renato, que ficou com a vaga no time, não perdeu a qualidade técnica, mas já não tem a mesma força física de 2002 [quando foi campeão brasileiro] para "subir" ao ataque.

Sendo assim, o meia Lucas Lima tem sido obrigado a buscar a bola na frente da defesa. Por isso, o camisa 20 não consegue se aproximar dos atacantes com frequência, pois ficou "sacrificado" no meio-campo. Até Robinho sentiu a distância dos setores e tenta voltar ao meio-campo para buscar a bola.

Em busca de resolver o problema após a saída de Arouca, o Santos já testou Leandrinho, Lucas Otávio, Valencia, Alison e Renato nos jogos. Nos treinos, Enderson Moreira, demitido na última quinta-feira, testou até o lateral-direito Victor Ferraz.

A diretoria santista aposta em Thiago Maia, atleta que defendeu a seleção brasileira sub 20 no Sul-Americano da categoria no Uruguai, para o lugar de Arouca. Mas Enderson Moreira não o inscreveu no Paulistão.