Campeonato Baiano dá prejuízo para metade dos clubes. Mas Federação lucra
A primeira fase do Campeonato Baiano terminou no último domingo (8) após a realização de 24 partidas. No total, das 12 equipes que participaram desta etapa inicial, metade fechou no vermelho na equação obtida entre renda dos jogos x preço pago no aluguel dos estádios e demais despesas.
Os números constam nos borderôs dos jogos disponibilizados pelo site oficial da Federação Bahiana de Futebol (FBF).
O rombo somado destas seis equipes chega a quase R$ 65 mil. A Catuense, que está disputando o torneio da morte para não ser rebaixada, teve as maiores perdas: quase R$ 18 mil negativos de débito em três jogos como mandante.
Na contramão dos prejuízos financeiros destas agremiações, a FBF lucrou com a competição. Por conta de uma cláusula subscrita no regulamento do estadual, que garante 5% da renda de cada partida no torneio, a FBF deve ágio de R$ 54,5 mil.
No jogo, o pagamento do quadro móvel da FBF fica sob a batuta do clube mandante. Bem como o pagamento de árbitro e auxiliares são debitados da renda gerada. Ou seja, a FBF não tem custos em uma partida, apenas proventos.
Em um hipotético ranking de lucro, considerando a FBF como um clube baiano, a entidade estaria em quarto lugar como dona dos maiores ganhos da competição, com mais R$ 30 mil à frente do quinto colocado -- a Jacuipense, que faturou R$ 22 mil.
Só no clássico Ba-Vi, que teve renda de pouco mais R$ 258 mil, a FBF levantou R$ 12.933,40. Isso é maior que o lucro de oito equipes do Campeonato Baiano na primeira fase, incluindo o próprio Bahia -- que teve prejuízo de renda de R$ 6 mil.
O caso do Bahia é diferente das demais equipes pelo tipo de contrato que mantém com a Arena Fonte Nova, onde manda seus jogos. O Bahia não tem direito sobre sua própria renda, pois vendeu a mesma para a empresa que administra o estádio, por R$ 9 milhões por ano.
De três jogos que teve como mandante, o único no qual a direção tricolor ficou com a renda foi na partida contra o Jacobina, disputada em Pituaçu -- e que gerou pouco mais de R$ 53 mil líquido.
Turbinado pela receita gerada pelo clássico Ba-Vi, o Vitória teve o maior lucro na competição estadual. Foi pouco mais R$ 115 mil só na primeira fase. Só o dérbi gerou R$ 126.709,98. O resto foram despesas que só reduziram os ganhos do clássico.
Dentro de um borderô, um clube pode ter até 32 taxas a serem debitadas da renda da partida. Entre impostos (INSS, ISS), exames anti-doping e lanches para a Polícia Militar que faz a segurança do jogo entre outros etc.
UM POR CENTO
De toda renda aferida pela FBF no Campeonato Baiano, ela retira 1% para a realização do Campeonato Intermunicipal, torneio amador disputado entre as cidades da Bahia.
Neste torneio, ela arca com uniformes, inscrição e a premiação da liga campeã. A FBF, porém, não informa publicamente quanto gasta na realização deste torneio.
Em reportagem publicada pelo UOL no fim de fevereiro, dois meses após a da realização desta competição, a Federação Bahiana ainda não havia repassado o prêmio o campeão e vice do Intermunicipal -- um carro e uma moto, respectivamente.
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