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Cristóvão lamenta pressa do Flu e culpa saída da Unimed por dificuldades

Paulo Sérgio/Photocamera
Imagem: Paulo Sérgio/Photocamera

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/03/2015 16h39

Cristóvão Borges concedeu entrevista coletiva após ser demitido pelo Fluminense, nesta segunda-feira. O agora ex-treinador lamentou a decisão do clube e apontou a saída da Unimed como decisiva para o atual panorama vivido pelo Tricolor na temporada. Os recentes resultados e a quinta colocação no Campeonato Carioca a quatro rodadas do fim da primeira fase.

“Para mim discutir isso nem vale a pena, é uma questão de escolha. Se decidiu assim, tem suas razões para isso. A diretoria tem a ideia de fazer diferente disso. Mas momentaneamente a pressão aumenta e desestabiliza, e isso acontece”, disse Cristóvão Borges.

“A história é a mudança de realidade [saída da Unimed]. Fluminense até então podia usar grandes investimentos. Com essa mudança, não pode mais. Tivemos que fazer outro time. Muitas mudanças, bons jogadores que tínhamos observado. Esses estão chegando e cada um tem seu tempo, vão despontar ainda. Isso requer tempo, encaixe. Encontramos uma equipe que todo mundo gostou em dois jogos, mas perdemos quatro jogadores de um jogo para outro, aí dificulta muito o trabalho”, completou o demitido treinador.

Ainda sobre a saída da Unimed, Cristóvão explica como que a mudança de patrocinador influenciou na montagem do elenco. Ele afirmou já sabia das dificuldades quando aceitou renovar o contrato, mas que esperava uma atitude diferente da diretoria do Fluminense diante da irregularidade da equipe neste início de temporada.

“Sempre falei do trabalho na temporada passada e a satisfação de renovar o contrato de participar de um momento importante do Fluminense. Era clara a dificuldade que enfrentaríamos porque perdemos a parceira de muito tempo, dado o suporte econômico que nos davam. Faríamos um esforço grande para refazer a equipe e o clube com outro modelo de gestão”, afirmou.

“Era um grande desafio, mexe com a gente, fiquei motivado. Mas esse trabalho requer tempo, e no futebol é pra ontem. É assim, e é uma pena. Dentro do processo, estamos caminhando dentro de um desenho positivo. Uma pena não termos conseguido e alguns resultados deixaram insustentável a permanência”, concluiu.

Humilde e consciente, Cristóvão admite que cometeu erros durante sua passagem pelo Fluminense, mas esclarece que toda as atitudes foram tomadas para o bem do clube.  O treinador, no entanto, espeta o Tricolor por conta da decisão de demitir após alguns resultados ruins.

“Todas as decisões que a gente toma, nem sempre fazemos as melhores escolhas. Acertamos, erramos, isso é natural de quem tem que tomar decisão o tempo todo. No futebol existe a necessidades de se eleger alguém culpado, isso é uma conduta de todos times. Ainda bem que existe exceções, como o Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians”, concluiu.

O auxiliar Marcão assume a equipe interinamente enquanto o Tricolor tenta encontrar um substituto. No momento, o preferido da diretoria é Ney Franco, ex-treinador de São Paulo, Flamengo e Botafogo. O treinador é um antigo sonho da diretoria do Fluminense. Ele chegou a ser tentado em outras oportunidades na gestão Peter Siemsen, mas acabou não assumindo. Outro nome com força nas Laranjeiras é o de Adilson Batista, que comandou o Vasco em 2014.