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Conheça o experiente Robson: a nova referência da seleção de Dunga

Robinho assumiu papel de referência na seleção de Dunga e é respeitado pelo grupo - Rafael Ribeiro / CBF
Robinho assumiu papel de referência na seleção de Dunga e é respeitado pelo grupo Imagem: Rafael Ribeiro / CBF

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

24/03/2015 05h00

“Boa, Robson!”, grita Dunga durante o treinamento da seleção. Em um primeiro momento, o elogio parece destinado a um novo jogador do elenco. Mas na realidade é ao atleta do grupo mais vezes convocado pelo treinador e que, agora, tem no nome próprio, sem o apelido característico no diminutivo, o sinal de respeito. Robinho é uma referência do elenco em Paris, local em que o Brasil joga amistoso contra a França, quinta-feira, às 17h (de Brasília).

“Robson” também é como o jogador é chamado pelo auxiliar técnico Andrey Lopes. Ainda que os companheiros da seleção o tratem dessa maneira, mas em tom de gozação, o respeito ao atacante de 31 anos acontece com poucas brincadeiras, bem diferente do passado.

Na atividade da última segunda-feira, a primeira em solo francês, nada de tapas, empurrões, gritos ou risadas. Robinho já mostra papel de liderança ao orientar companheiros em treino de dois toques e escutar atentamente orientações da comissão técnica.

“Ele é uma referência para o grupo por ser ganhador e o mais experiente aqui na seleção. É simples ouvir e respeitar ainda mais quando se trata de um atleta que faz questão de se relacionar bem com todo mundo”, disse Willian.

Além de servir como referência fora de campo, o experiente Robinho agora deixa Dunga com a possibilidade de maior variação tática ao time. No primeiro treinamento em Paris, a função de armador foi utilizada em atividade de finalização. É o tal “falso 9” que leva o jogador a atuar na criação e conclusão de jogadas, e chegou a ser colocado em prática por Felipão em amistosos preparatórios para a Copa do Mundo. Só que Robinho acabou fora da lista de convocados.

A dedicação de Robinho no treinamento ainda foi demonstrada ao final da atividade. Ele foi o único que se prontificou a realizar finalizações para a satisfação dos goleiros Jefferson, Diego Alves e Marcelo Grohe, que se revezavam nas defesas. Este foi o único momento em que gargalhadas eram ouvidas nas brincadeiras feitas por Robinho.

“Robinho e o Neymar não são como os líderes de antigamente, assim como eu, Cafú, ou Carlos Alberto Torres. Eles são líderes pela alegria, o sorriso, a forma que jogam. Confio muito nisso” disse Dunga recentemente ao Sportv para explicar a convocação do santista.

Sem Diego Tardelli, cortado por lesão, Robinho passou a ter, inclusive, a chance de atuar como titular. A disputa pela vaga parece concentrada no duelo com Luiz Adriano, do Shakhtar Donetsk-UCR.  

Essa é a segunda convocação de Robinho desde o retorno de Dunga. Só que na primeira, o atacante foi chamado às pressas para a vaga do lesionado Hulk e não entrou em campo nas vitórias contra Colômbia e Equador, nos Estados Unidos.

Com Dunga no comando, Robinho foi o atacante titular da seleção durante a Copa de 2010, ao lado de Luis Fabiano. No total, ele é o jogador mais vezes chamado pelo treinador, dentre todos os nomes disponíveis para os amistosos contra França e Chile: são 26 convocações.