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Ex-corintiano virou "homem bomba" por chute a 222 km/h; veja

Ronny comemora um de seus gols pelo Hertha Berlin - John MacDougall/AFP
Ronny comemora um de seus gols pelo Hertha Berlin Imagem: John MacDougall/AFP

Vagner Magalhães e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

24/03/2015 05h00

Era apenas mais um jogo do Campeonato Português, em 2006. O lateral-esquerdo brasileiro Ronny, que atuava pelo Sporting, ajeita a bola para uma cobrança de falta na entrada da área. O adversário era o Naval 1º de Maio. Ele tomou uma distância considerável e soltou a bomba. Antes de a bola entrar, estourou contra o travessão. Ainda que extraoficialmente, a bola percorreu 16,5 metros em menos de 27 centésimos de segundo. O resultado é de inacreditáveis 222 km/h.

"Em Portugal eles me chamam de homem bomba e aqui na Alemanha eles me chamam de Hammer. É um carro que tem muita potência, muita força", diz o jogador. “Foi até uma história engraçada porque não era eu que ia bater a falta. O Paulo Bento, que era o treinador, falou para eu não bater. Mas eu peguei a boa e falei para mim. 'Agora tenho de fazer o gol'. A partida estava 0 a 0, perto de acabar. Fiz o gol e a partir daí, toda a falta que tinha, eu batia. Ganhamos o jogo por 1 a 0".
 
Depois disso, veio a repercussão. "O chute repercutiu muito, deu muita repercussão, saiu numa revista que eu estava na frente do Ronaldo, do Hulk, do Oliverrá, do Lampard. Que eu era o cara que chutava mais forte. Isso foi muito legal.” 

"Esse gol me deu confiança porque era minha primeira temporada no Sporting. Estava chegando na Europa depois de ter saído do Corinthians".

Ronny lembra que se profissionalizou em 2004 no time paulista. "Eu cheguei na base do Corinthians em 2002 e quem me subiu foi o Tite, em 2004", lembra ele, que fez parte do grupo campeão brasileiro pelo time no ano seguinte. 

Ele se recorda, inclusive, de um gol de falta, marcado contra o Brasiliense, no campeonato que deu o título ao Corinthians. "O Márcio Bittencourt me deu essa oportunidade e o gol foi em Brasília".
 
O atleta, que vive uma boa fase no Herta Berlin, conta que tem um carinho especial por Tite. "Ele é um treinador que me deu essa oportunidade e sou grato, torço por ele. Meu coração é corintiano".
 
O jogador conta que desde os tempos de Parque São Jorge costumava treinar faltas. Mas diz que a força do chute veio do futsal. "Quando eu era pequeno, jogava futsal em Fortaleza e isso ajudou muito. Meu pai foi jogador (atuou por Ceará e Fortaleza) e também chutava forte. Eu via ele treinando, batendo na bola. Isso ajudou um pouco. No campo eu aprimorei o chute, que ficou mais forte".
 
Ele conta que no Hertha Berlin, clube que defende desde 2010, também fez alguns gols de falta. Como ídolo da posição ele tem o ex-lateral da seleção brasileira Roberto Carlos, que se notabilizou pelas cobranças de falta com força.
 
"Sempre a gente se espelha. No meu caso eu jogo na posição dele. Tem o Branco que batia muito bem, mas no Roberto Carlos, eu sempre me inspirei nele. O melhor batedor de falta é ele. Não é normal não", diverte-se.
 
Pelo time alemão, Ronny foi um dos destaques da temporada 2010/2011, quando o clube garantiu o retorno à Bundesliga. Marcou dois gols e deu cinco assistências na campanha do acesso.