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Fluminense prioriza base e nova realidade financeira em busca por técnico

Nome de Ricardo Drubscky ganhou força no Fluminense por ter custo menor - Heuler Andrey/Getty Images
Nome de Ricardo Drubscky ganhou força no Fluminense por ter custo menor Imagem: Heuler Andrey/Getty Images

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/03/2015 05h00

O Fluminense tem duas prioridades bem definidas na busca de seu novo treinador. Com uma filosofia reformulada desde a saída da parceira Unimed Rio no fim do ano passado, o Tricolor quer um técnico que tenha histórico de bons trabalhos com jogadores jovens e dentro das condições financeiras do clube, bem mais modestas que as das últimas temporadas.

Dentro deste cenário, dois nomes aparecem com força nas Laranjeiras: Ricardo Dubroscky e Ney Franco. Ambos tem histórico de comandar categorias de base e times profissionais, com o segundo tendo até mesmo dirigido o departamento na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enquanto comandava a seleção brasileira sub-20.

Se não tem o mesmo histórico de Ney Franco, Ricardo Drubscky tem a seu favor o fato de que pesaria bem menos nas contas já apertadas do Fluminense. O treinador já está na ativa desde o começo dos anos 90, mas até aqui teve poucos trabalhos de maior expressão, como no Atlético-PR e no Goiás, recentemente.

A preferência por técnicos que saibam trabalhar com jovens atletas tem motivo: o Fluminense tem quase a metade de seu elenco formado por atletas saídos recentemente das categorias de base do clube, como Gerson, de 17 anos, e Kenedy, de 19, além de alguns atletas contratados como o meia Vinicius, de 23, ainda em busca de espaço no futebol nacional.

A filosofia é semelhante à usada para a efetivação do ex-gerente geral da base tricolor Fernando Simone como diretor de futebol, após a saída de Paulo Angioni, no fim do ano passado. Na ocasião, o clube optou por dar uma oportunidade ao dirigente que já havia trabalhado com a maioria dos jovens do elenco em Xerém, além de economizar ao não trazer um executivo valorizado no mercado.

"O perfil que buscamos é de um treinador que dê ênfase a essa transição [da base ao profissional]. Que saiba trabalhar essa mescla de juventude com jogadores experientes. Temos três mini-elencos. Temos um de tarimbados, um dos que subiram das categorias de base e um de jovens que chegaram. Precisamos de um que una os três e faça que o time se desenvolva”, explicou o vice presidente de futebol Mário Bittencourt, na última segunda-feira.

Além da base, o Fluminense prioriza também a adequação à nova realidade financeira encarada desde o fim do ano passado. O clube tenta cortar custos, já que foi obrigado a absorver parte do que a Unimed Rio pagava a jogadores como Fred, Wagner e Diego Cavalieri, o que gerou grande despesa aos cofres tricolores.

De certa forma, Cristóvão Borges já se encaixa nessa nova realidade pois era pago diretamente pelo Tricolor antes mesmo da saída da patrocinadora, mas uma economia maior não seria mal recebida nas Laranjeiras. Quando o técnico foi contratado, em abril de 2014, o Fluminense tinha maior conforto nas suas finanças justamente pelo apoio da Unimed em outros contratos.

O certo é que o Fluminense corre atrás de alguém que possa dar eficiência rapidamente ao time no Campeonato Carioca. O Tricolor está na quinta posição e tem apenas mais quatro rodadas para entrar no G4, que dá lugar nas semifinais da competição. Hoje, o Tricolor está a três pontos do Vasco, quarto colocado do torneio.