Topo

Grêmio usa apelido e primeiro nome para driblar 'família Rodríguez'

Cristian Rodríguez tem companheiros com o mesmo sobrenome no Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Cristian Rodríguez tem companheiros com o mesmo sobrenome no Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

25/03/2015 06h00

Uma escalação que tenha Paolo, Andrés, Pablo Horácio, Jorge e Lucas soa pouco conhecida. Todos reconhecem os estrangeiros no futebol pelo sobrenome. Guerrero, D'Alessandro, Guiñazu, Valdívia, Pratto, é assim que os já citados são facilmente identificados. Mas quando todos os sobrenomes são iguais? No Grêmio são três, por pouco não são quatro Rodríguez. Cristian, Matías e Braian. Pelo menos, Maxi foi emprestado a Universidad de Chile. E para driblar a 'família' [mesmo sem nenhum parentesco real] a estratégia é usar o primeiro nome e reforçar o apelido. 

O único que chegou apelidado foi Cristian. E também na alcunha teve outro semelhante. Chamado Cebolla, dizem no Uruguai que por fazer o adversário chorar, o meia-atacante de 29 anos tem exatamente o mesmo apelido de Everton. Mas o jovem gremista não é por este motivo, mas por lembrar o vegetal no formado da cabeça, segundo os colegas de grupo.
 
E para diferenciar uma cebola da oura,a estratégia foi reforçar o sotaque espanhol. Cristian Rodíguez é Cebolla [com o L dobrado fazendo som de J]. Everton é Cebola, em português mesmo. 
 
Mas seguiria complicado diferenciar Braian Rodríguez de Matías Rodríguez sem falar um nome completo, algo que não aconteceria na hora do jogo ou mesmo nos treinamentos. Para 'chamar a bola' quanto menos sílabas melhor. Então, Felipão tratou de simplificar. Contrariando a regra de tratar estrangeiros pelo sobrenome, um é apenas Braian e o outro somente Matías. 
 
A 'mudança de nome' só ajudou na boa adaptação dos gringos ao elenco. Com menos de um mês em Porto Alegre, eles já agem como se estivessem no grupo há muito tempo. "Independente de ser estrangeiro ou não, o mais importante quando um jogador chega a um ambiente novo é conversar e logo conseguir se adaptar ao que acontece. Isso aconteceu comigo, e também com eles", disse o volante Maicon. 
 
Só que na hora do bate-papo, é necessário também escolher o parceiro certo. Braian, certa vez, tentou conversar com Yuri Mamute. O jovem, porém, pouco entendeu. "Ele é gringo, né. É difícil entender. Às vezes não sei o que ele está falando. Mas vou tentando conversar com ele", sorriu o jovem gremista. 
 
A 'família Rodríguez', portanto, acabou desfeita no nome usado para chamar os atletas. Braian, Matías, Cebolla, já entrosados ao grupo também pela coincidência de terem o mesmo sobrenome. E com eles, independente do que dirá nas costas das camisas, o plano tricolor é marcar um bom início de temporada.