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'Messi francês' em jogo contra o Brasil gera atrito entre França e Argélia

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris (França)

25/03/2015 06h00

Nabil Fekir é apontado como uma das promessas do futebol francês. O jogador chegou a ser chamado de “Messi francês” e “Messi argelino” pela imprensa europeia. Convocado para o amistoso contra o Brasil, quinta-feira, às 17h (horário de Brasília), em Paris, o atacante de 21 anos é pivô de discórdia entre França e Argélia, que possuem discórdias antigas.

Nascido na França, mas de ascendência argelina, Fekir optou por defender a seleção francesa e espera jogar pela primeira vez pelo Blues.

A escolha revoltou a Federação Argelina, que o trata como um traidor. Fekir pensou mais no dinheiro. A entidade criou comissão para excluir jogadores que realmente queiram

Foi a primeira convocação de Fekir para a seleção da França. Com dupla nacionalidade, ele ainda tem a opção de defender a Argélia, pois o amistoso contra o Brasil não é um duelo oficial da Fifa.

Por Fekir, as federações da França e Argélia entraram em rota de colisão. No início do ano, as duas entidades anunciavam o “controle” do promissor atacante. O impasse aumentou à medida que Fekir não se posicionava oficialmente. Para aumentar a tensão, o pai de Fekir disse que gostaria de ver o filho representando a Argélia.

Mas o jogador colocou ponto final na história ao declarar no início de março que defenderia o país onde nasceu.

“Se o escolhi o Fekir é porque acho que poderá contribuir com algo diferente. É um jogador jovem, que está na primeira temporada na primeira divisão. E ela está sendo muito boa. Marca gols, dá passes para outros, mas tudo isso ainda precisa ser confirmado", justificou o técnico da França, Didier Deschamps. 

A Argélia tem forte ligação com a França no futebol. Zinedine Zidane tinha ascendência argelina, o mesmo acontecendo com Karim Benzema.

França x Argélia

França e Argélia nutrem divergência histórica. Os franceses invadiram a Argélia em guerra em 1830, assumindo controle colonial. Os argelinos conseguiram a independência somente 130 anos depois, em 1962. São mais de 3 milhões de descendentes de argelinos na França, sobretudo em Marselha. A imigração em massa de árabes para a França é contestada por extremistas da direita francesa.