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Ele chorou com Brasil x França em 98. Agora é o trunfo para a vingança

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

26/03/2015 06h00

Aos 6 anos de idade em 1998, Beto, um garoto de Maceió (AL), assistia Brasil x França na Copa do Mundo, em casa, ao lado dos pais. Fã de futebol, ele chorou com a derrota por 3 a 0. Nem tanto por entender o que acontecia, mas pela tristeza que tomou conta dos familiares.

Quase 17 anos depois, “Beto” agora é Roberto Firmino e virou trunfo de Dunga na tentativa da primeira vingança em solo francês no amistoso das 17h (de Brasília), no Stade de France, em Saint-Denis.

"Lembro que chorei bastante (em 98). Estava triste por ver todos em casa lamentando bastante e gostava do clima da Copa do Mundo”, disse Firmino. “Significa tudo para mim a seleção, e por isso que agora digo que estou no auge. É sonho de criança realizado", afirmou.
 
O auge de Firmino é imaginar que será titular da seleção pela primeira vez na carreira. Dunga o testou no time titular ao lado de Neymar no ataque e gosta da versatilidade proporcionada pelo jogador do Hoffenheim, da Alemanha.
 
Pela equipe alemã, Firmino joga com a camisa 10 e tem papel fundamental na criação e finalização tendo como ponto forte os chutes de longa distância. Foi desta maneira que marcou o gol da vitória contra a Áustria por 2 a 1, em novembro do ano passado, logo na estreia pela seleção.
 
"Estou um pouco surpreso, mas preparado (para ser titular). O Dunga quer que eu atue mais à frente do Neymar, e também sei que posso fazer isso", conclui o jogador.
 
A chance na seleção se deve muito por conta da ausência de Diego Tardelli, jogador que agradou demais ao treinador Dunga quando atuou como “falso 9” vindo do meio para o ataque. Com Firmino, a expectativa é a de que ele consiga desenvolver papel semelhante.
"Só que ele é o nosso atacante e nessa posição precisa fazer gol. Temos ótimos centroavantes no Brasil como foram os casos de Ronaldo, Romário, Adriano. Agora espero que o Firmino possa decidir para nós", destacou o concorrente Robinho.
 
A frase do atacante santista dá o tom da enorme responsabilidade que carrega Firmino. A criança que chorou pela seleção em 98, agora entra em campo no mesmo Saint-Denis para apagar a lembrança ruim da França.
 
“Eu procuro o gol, mas foco abrir espaço para os companheiros. O Neymar vai revezar comigo nas tarefas de área e esperamos realizar uma partida de alto nível” finalizou.