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Sem Unimed, Flu terá que arrumar R$ 46 milhões em 2015 para evitar prejuízo

O presidente Peter Siemsen terá que conseguir novas receitas para o Fluminense em 2015 - Bruno Haddad/Fluminense F.C.
O presidente Peter Siemsen terá que conseguir novas receitas para o Fluminense em 2015 Imagem: Bruno Haddad/Fluminense F.C.

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/03/2015 06h00

Embora o Fluminense tenha dado sinais de que pode manter sua capacidade de investimento ao renovar os contratos com estrelas como Fred e Wagner, o Tricolor está longe de ter vida financeira tranquila em 2015, a primeira temporada após o encerramento da parceria de 15 anos com a Unimed. Muito pelo contrário: o orçamento enviado pela diretoria para análise do conselho deliberativo do clube prevê um déficit de cerca R$ 46 milhões, que só poderá ser evitado com novas receitas. As contas serão votadas na próxima terça-feira, em reunião dos conselheiros nas Laranjeiras.

O alto déficit previsto faz parte de uma estratégia conservadora do clube, que só inclui no orçamento as receitas já estabelecidas. Ganhos futuros que não podem ser determinados de forma mais precisas, como vendas de jogadores, não fazem parte desta estimativa. Mesmo assim, o Fluminense terá que ‘correr atrás’ delas.

O buraco inicial no orçamento é 27% maior que o previsto no começo de 2014, quando foi de R$ 36 milhões. A diferença deve-se, sobretudo, ao fato do Fluminense ter incorporado parte dos direitos de imagem de jogadores pagos pela Unimed até o ano passado. Isso aumentou a folha salarial e, por outro lado, o Tricolor não conseguiu ainda igualar os ganhos publicitários que tinha indiretamente até a saída da cooperativa.

O Fluminense fatura cerca de R$ 18 milhões anuais com os contratos publicitários assinados para esta temporada com Viton 44 e Frescatto, bem menos que os mais de R$ 30 milhões investidos pela Unimed Rio em direitos de imagem para jogadores que vestiram a camisa do Tricolor em 2014.

Uma das formas de diminuir esta diferença, portanto, é a chegada de um novo patrocinador para o uniforme tricolor. O Fluminense quer R$ 6 milhões por ano pelas mangas da camisa, o que já aliviaria o caixa do clube. Os rendimentos nesta área, no entanto, ainda seriam um pouco menores do que eram até o ano passado.

Por isso, a saída do Fluminense para compensar esse déficit inicial é a negociação de jogadores do atual elenco. O clube já lucrou com as transferências de Conca, Cícero e Bruno neste ano, mas ainda terá que pagar pelos direitos econômicos de Walter junto ao Porto, por exemplo, que correspondem a cerca de R$ 7 milhões.

Os mais cotados para uma venda, é claro, são os jovens Gerson e Kenedy, ambos sob forte assédio de clubes europeus. O meia de 17 anos e o atacante de 19 estão sob a mira de times como Milan, Real Madri, Juventus e Barcelona, e podem render, juntos, mais de R$ 60 milhões aos cofres das Laranjeiras.

O orçamento extremamente apertado indica também que o sonho do CT em Jacarepaguá não deve sair do papel neste ano. O projeto custa cerca de R$ 40 milhões, montante que não está previsto nas despesas do Tricolor para a temporada. Ou seja, dificilmente o centro de treinamento fica pronto até a Olimpíada de 2016, como era desejo da diretoria.

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