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Eleição curta no Vitória favorece candidato do presidente que renunciou

André Uzêda

DO UOL, em Salvador

27/03/2015 19h21

Na próxima terça-feira (31), os pouco mais de 300 conselheiros do Vitória vão às urnas para escolher o novo presidente do clube.

O pleito ocorre apenas uma semana e um dia após Carlos Sérgio Falcão abdicar do cargo em função dos maus resultados e da pressão exercida pelo conselho deliberativo.

Embora tenha pedido renúncia, o grupo do ex-presidente Falcão tem grandes chances de permanecer no poder. Isso porque eles apoiam o advogado e ex-professor de direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Raimundo Viana, 74 anos.

Viana foi presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF) na década de 1970 e, há algum tempo, goza de prestígio entre as principais lideranças rubro-negras. Incluindo aí o ex-presidente Alexi Portela, principal nome do Vitória hoje, e que avalizou há dois anos o caminho para Falcão chegar ao poder.

O adversário de Viana será o professor de engenharia Ivã de Almeida, 59 anos.

Os dois foram os únicos que homologaram suas candidaturas para disputar às eleições -- o prazo de inscrição se encerrou na manhã desta sexta-feira (27).

"Em política não se despreza apoio. Eles quiseram me apoiar e eu não pude recusar. Mas não me vejo como situação. Sou um candidato que foi pressionado, assim entre aspas, pelos conselheiros para que aceitasse concorer. Eles enxergam em mim a figura mais capacitada para assumir o Vitória no momento", diz Viana.

Ele refuta que, embora possua mais estrutura e tenha o apoio de importantes lideranças do clube, seja favorecido pelo pouco tempo de campanha.

"Eleição de clube é curta mesmo. Ainda mais em uma situação emergencial como esta, em que o Vitória está sem presidente neste momento", justifica.

Um dia após a renúncia de Falcão e antes mesmo de Viana oficializar sua candidatura foram enviados e-mails para todos os conselheiros pedindo apoio ao ex-presidente da FBF.

O texto fazia menção ao ex-mandantário Carlos Falcão, agradecendo pelo "empenho, dedicação, abnegação, comprometimento e bons serviços" -- mesmo diante dos péssimos resultados do Vitória em campo.

Mesmo com o cenário desfavorável, o outro adversário, Ivã de Almdeida, acredita que tem chances de vencer a disputa.

"O grupo adversário está no poder desde 2006. Isso é muito tempo. Há um desgaste natural e o Conselho do Vitória, que é formado por médicos, engenheiros e advogados, está atento a isso. Acredito que tenho plenas chances de vencer, mesmo com uma eleição curta", diz.