O técnico Muricy Ramalho afirmou nesta sexta-feira que foi convencido pela diretoria a permanecer no São Paulo, ainda na madrugada de quinta-feira. O técnico não pediu demissão, mas afirmou ao vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro que não gostaria de perpetuar um comentário feito pelo presidente Carlos Miguel Aidar, de que ele tem contrato vitalício com o São Paulo.
"Cheguei no CT, e ocasições de declarações que vou ficar até o último dia... Deixei à vontade para tirar esse compromisso deles. Acho que não é bom. Tem que ser uma coisa aberta. Em todos os clubes eu tenho contrato com multa, mas aqui não. Mas, não sei se felizmente, me convenceram a ficar mais um pouco. Pediram ao Rogério para participar", falou o treinador, nesta sexta-feira.
O treinador afirmou que pedirá demissão caso não consiga novas vitórias no comando do São Paulo.
"Se continuar não tendo resultado, é meu limite. Preciso ter resultado. Não me apego a contrato. Ficar até o final, isso não existe. Aqui você tem que ganhar", afirmou.
Confira a entrevista coletiva do treinador:
Reunião com a diretoria
"Acontece que não foi ontem, foi quarta feira. Cheguei no CT. Eles dando declarações que vou ficar até ultimo dia e aquelas coisas. Deixei a vontade, para tirar compromisso deles. Tem que ser coisa aberta. Meu contrato com São Paulo, não tenho com multa. Para eles ficarem livres, não tem compromisso, futebol tem que ser resultado. Vim ontem com intenção disso também, não sei se felizmente, convenceram a ficar mais um pouco. Temos chances nas duas competições, boas, apesar de não estar jogando bem. Rogério participou. Tem a coisa do cara do futebol, lutar até o final. Não parar de lutar. Isso que me moveu, estou aqui de novo, para continuar lutando, agora mais ainda"
Derrota contra o Palmeiras
"Difícil explicar. Temos bom time. Este jogo foi atípico. Tomar gol aos três e aos dez ter expulsão complicado. Vamos continuar buscando o time ideal. Mexer, porque o que está jogando é pouco. Há um ano e meio ninguém acreditava também e conseguimos"
Abatido
"Claro que temos de estar abatidos, perdemos um jogo não podemos ficar felizes. Única felicidade do cara no futebol é a vitória. Não dorme, mas a vida continua. Enquanto tiver saúde, continua"
Diretoria vai se reunir com jogadores
"Não foi explicado para mim, novidade o que você falando. No futebol, tem que dialogar, conversar, pegar mais duro. Mudar jogadores. Só nisso que acredito. Ser muito radical não resolve muita coisa. Se não está jogando bem, tem que mudar. É nisso que acredito"
Elenco não responde
"Mesmo grupo, só saiu Kaká. Alvaro também. Este é o mesmo. Difícil explicação, não mudou nada, mas às vezes acontece de time não dar resposta. Até agora, trabalho que tivemos não deu resposta. Vamos ter que mexer. Melhorar a maneira de jogar e até jogadores"
Limite próprio
"Meu limite é se continuar não tendo resultado. Não me apego a contrato, ainda mais aqui, que é um lugar especial para mim. Abrir mâo de contrato é até loucura nos dias de hoje, mas limite é vitória. Falei que não existe ter compromisso até o final. Tem que ganhar. Se eu fosse dirigente, seria igual também. Futebol tem que dar resultado. Já tirei compromisso. Limite é ganhar. Se estiver ganhando, continuo. Se não estiver, eu saio. Outro lado é a saúde. Se complicar, saio. Tive algumas dores ultimamente, mas agora estou melhor"
Data para sair
"Não ponho datas, senão vão ficar enchendo saco. Vai acontecer no dia em que eu achar. Se for para ficar aqui, vou demorar mais um pouco ainda"
Preparado para críticas
"Estou há 40 anos nisso. Mais preparado do que eu é difícil. Por isso que não me empolgo quando a gente ganha. A saúde agora legal, não tive mais nada. Algumas dores normais. Não posso operar, tenho um problema sério, mas controlo. Tomo remédio. No dia em que achar que está complicando muito, sou o primeiro a falar"
Pressão
"Pressão, não sei. Eu me pressiono para ganhar jogo. Pressão é o cara chegar em você e ameaçar. Já falei que é ruim de me ameaçar. Pressão no futebol é resultado. O resto é conversa"
Fim do contrato vitalício
"Deixar livre esse negócio de compromisso. Não quero eles apegados nisso. Senão dão declaração e vão querer cobrar depois deles. Meu contrato é livre para isso. Quero que eles fiquem à vontade. Se não tivesse chance com nada, não estaria aqui. Temos muita chance ainda de reverter e vamos lutar para isso. Largar sem lutar não dá. Vou lutar bastante. Por enquanto brigar bastante ainda"
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