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Ministério Público multa o Atlético-MG por venda irregular de ingressos

Torcida do Atlético-MG durante a vitória sobre o Cruzeiro, por 2 a 0, no Independência, pela final da Copa do Brasil - Bruno Cantini/Atlético-MG
Torcida do Atlético-MG durante a vitória sobre o Cruzeiro, por 2 a 0, no Independência, pela final da Copa do Brasil Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

27/03/2015 20h34

O torcedor do Atlético-MG jamais vai esquecer a final da Copa do Brasil de 2014. A primeira conquista do clube no torneio aconteceu justamente sobre o Cruzeiro, o maior rival da equipe alvinegro. Mas para o departamento jurídico do Atlético, nem só por boas lembranças vai ficar aquela decisão, especialmente o jogo de ida, que teve o mando atleticano e aconteceu no Independência. O clube acabou multado pelo Ministério Público de Minas Gerais por causa de irregularidades na venda de ingressos.

O MPMG constatou que o clube não cumpriu Lei Estadual nº 11.052/93, que assegura o benefício a estudantes, quanto o Estatuto do Idoso, que garante às pessoas de idade igual ou superior a 60 anos o pagamento de pelo menos 50% nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer.

“Em momento algum o Clube Atlético Mineiro nega a ocorrência do fato. As razões apresentadas pela entidade não eximem a sua responsabilidade. Na condição de efetivo responsável pela comercialização dos ingressos, o clube tinha o dever de se adequar à legislação e garantir àqueles que comprovassem a condição de estudante ou idoso o pagamento de meia-entrada”, explicou o promotor Fernando Abreu, ao portal do Ministério Público.

Na ocasião o Atlético chegou a cobrar R$ 1.600,00 pelo ingresso do setor vip, sendo que a venda de meia-entrada era ilimitada. Portanto, o preço pago na bilheteria era de R$ 800, mediante a apresentação de documentação ou não. Em função disso, o clube acabou multado em R$ 292.375,00.

Como ingresso mais barato para o jogo realizado no dia 12 de novembro de 2014 era de R$ 200 (meia-entrada do setor Minas), a partida registrou a renda recorde na história do Estádio Independência. Foram 18.578 pagantes e a bilheteria deu R$ 4.741.300,00. Esse valor, aliás, é a oitava maior renda da história do futebol brasileiro.

O promotor de Justiça acrescenta que o Procon propôs ao clube transação administrativa, bem como tentou estabelecer um Termo de Ajustamento de Conduta, mas a direção do Atlético não concordou. O clube pode recorrer da decisão e é isso que vai ser feito nos próximos dias.