Topo

Do afastamento à volta: jogador do Cruzeiro vive drama em ano e três meses

Volante treinava sozinho em 2013 e hoje concorre a uma das vagas no time titular - Washington Alves / Light Press / Cruzeiro
Volante treinava sozinho em 2013 e hoje concorre a uma das vagas no time titular Imagem: Washington Alves / Light Press / Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

28/03/2015 06h00

Cotado para ser titular do Cruzeiro neste domingo, contra a URT, Charles deverá fazer sua terceira partida na temporada, sendo a segunda pela Campeonato Mineiro. Prata da casa celeste, o jogador chegou clube em 2003, ainda com 18 anos. Hoje, aos 30, o volante realiza sua terceira passagem pelo clube. O mais recente retorno, porém, teve sinais mais dramáticos, mas tem sido coroado com boas apresentações de quem precisou de um ano e três meses para reconquistar o clube que o projetou para o mundo.

Há pouco mais de um mês, Charles foi chamado por Marcelo Oliveira para ser reintegrado aos profissionais do Cruzeiro. Era o fim de uma espera de mais de um ano de treinamentos separados do grupo após ser afastado durante toda a temporada 2013.

"É difícil chegar aqui duas da tarde, num sol do caramba, para treinar. Não pode desistir. Tive essa força e essa determinação durante um ano e três meses. Trabalhei forte, treinando em separado. Tive algumas propostas de time de menor expressão, mas pensava que meu ciclo no Cruzeiro não iria acabar daquele jeito", comentou o volante, em entrevista ao UOL Esporte.

A programação do carnaval no Rio foi interrompida por uma boa causa. A ligação veio do celular de Quintiliano Lemos (preparador físico do Cruzeiro), mas era Marcelo Oliveira na linha. Desde então, Charles não teria mais que ouvir os questionamentos da filha sobre as razões para ficar de fora do elenco.

"O Marcelo pediu para eu me apresentar na terça-feira de Carnaval. Falei 'beleza'. Peguei o carro e fui embora para BH. Era difícil chegar em casa e escutar minha filha perguntar o porquê de eu não estar jogando. Ela sempre me via jogando pelo Cruzeiro. Aquele foi um momento inexplicável, momento de emoção mesmo. Estou muito feliz mesmo", acrescentou.

Marcelo Oliveira costuma sempre orientar seus jogadores suplentes com palavras de apoio, alegando que a oportunidade para cada um ainda vai chegar. Foi assim com Charles. Ciente de que sua história no Cruzeiro ainda não estava encerrada, o volante seguiu trabalhando forte e hoje, apesar de não ser o titular do time, é uma das boas opções do treinador na reserva.

"A única coisa que ficava com medo era de completar 30 anos e ter que pegar um time de menor expressão, com todo respeito. Ainda tenho muito tempo de futebol. Eu sempre joguei em time grande depois do Ipatinga e da Cabofriense. Esse era o único receio que tinha. Hoje estou muito feliz por vestir essa camisa novamente. Por isso tenho que fazer valer a pena", encerrou o volante.