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Brinco de Ouro é arrematado por R$ 105 mi em leilão; Guarani vai recorrer

Brinco de Ouro foi leiloado nesta segunda-feira, em Campinas - Camila Yano/TRT-15
Brinco de Ouro foi leiloado nesta segunda-feira, em Campinas Imagem: Camila Yano/TRT-15

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

30/03/2015 17h42

A empresa Maxion Empreendimentos Imobiliários, de Porto Alegre, arrematou nesta segunda-feira a área do estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, por R$ 105 milhões, valor aceito pela juíza titular da 6ª Vara do Trabalho de Campinas, Ana Cláudia Torres Vianna. O Guarani e a Prefeitura de Campinas, que se diz dona de parte do terreno, vão recorrer. A empresa foi a única a apresentar proposta.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o clube campineiro afirmou que vai acionar a Justiça e pedir embargos à arrematação por meio de seus advogados.

As dívidas do Guarani na Justiça do Trabalho, em que a condenação já foi liquidada, estão em torno de R$ 60 milhões. Cerca de outros R$ 30 milhões ainda estão em discussão.
 
A Maxion deverá depositar já nesta terça-feira, 30% do valor da aquisição, que totaliza R$ 31,5 milhões. Esse valor será utilizado para abater as dívidas trabalhistas.
 
De acordo com a juíza, o valor acertado foi o possível. "O Guarani sempre especulou muito sobre valores e sobre propostas. Muito se especulou e pouco se assinou", diz ela. O Guarani alega que o valor de mercado da área está em torno de R$ 350 milhões.
 
A juíza lamenta a situação do clube, mas diz que os credores precisam receber. "Triste é saber como vai ser a vida do Guarani daqui para a frente", disse ela. 
   
O Guarani e a Prefeitura de Campinas já manifestaram interesse em recorrer da decisão. De acordo com a juíza, esse processo deve demorar cerca de um ano.
 
"O julgamento, já na fase de execução, é prioritário. Ele 'fura' a fila", diz ela, que em um primeiro momento deverá priorizar os trabalhores com valores mais baixos a receber. 
 
Das cinco matrículas leiloadas, duas são doações feitas pela Prefeitura de Campinas nos anos 70. A Prefeitura alega que em caso de fechamento do clube ou mudança de finalidade, esses terrenos deveriam ser devolvidos ao município. A juíza, diz, porém, que isso já foi analisado pela Justiça, que não entende o caso dessa maneira. O terreno do estádio está em penhorado desde 2011 por conta das dívidas trabalhistas.