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Gigantes em crise e novos astros: Os destaques na rodada das seleções

Do UOL, em São Paulo

01/04/2015 05h00

Os amistosos da última terça praticamente encerraram a primeira data Fifa de 2015. Depois da maratona de jogos, o que se pode concluir? Dono da melhor campanha entre os campeões, o Brasil está em alta, enquanto alguns rivais se complicam nas Eliminatórias da Euro. No meio disso tudo, novos astros, golaços e um debate de peso movimentaram o futebol internacional.

Relembre tudo o que aconteceu na lista abaixo:

Amistosos para quê?

O Brasil venceu oito dos oito amistosos que venceu depois do vexame da Copa do Mundo. É o melhor desempenho de um técnico em início de trabalho desde João Saldanha, em 1969, e os principais analistas dão crédito a Dunga, ainda que com ressalvas e desconfiança.

“Esse negócio de ganhar amistosos, Copa América e Copa das Confederações e fracassar na Copa do Mundo já deu. Fazer o quê? Copa do Mundo só tem em 2018 e montar o time bem para chegar forte à Rússia passa por jogar amistosos, torneios menos importantes e saber medir o que está bom e o que não está”, escreveu PVC, em seu blog no UOL Esporte. “Em bom português: ninguém está dizendo que a Seleção está uma maravilha porque não está. Mas não é proibido falar bem dela por mais que tenha vencido apenas jogos amistosos porque, afinal, foi o que se apresentou. Se os tivesse perdido não seria muito pior?”, escreveu Juca Kfouri, também no UOL Esporte.

Na Europa, porém, os amistosos não estão com o mesmo prestígio. Na última terça, por exemplo, Itália x Inglaterra e Espanha x Holanda reviveram duelos de peso da Copa de 2014, com times de ponta. A Itália entrou com o meio-campo todo reserva, a Espanha fez experiências em todos os setores e a Holanda trocou cinco em relação ao time que jogou contra a Turquia no fim de semana.

“Foi um amistoso típico. A Itália também não gosta de jogos assim. O ritmo do jogo mostrou isso. Depois de 75 minutos virou um jogo de verdade e a Inglaterra teve chances. Eu não sou uma grande amante dos amistosos no futebol moderno. Nós não aprendemos nada? Um descanso faria melhor aos jogadores do que um jogo”, opinou o ex-jogador Chris Waddle, hoje comentarista da BBC, após o 1 a 1 entre Inglaterra e Itália, refletindo a opinião dos críticos deste tipo de confronto.

Brasil em alta

Ainda que se questione a validade dos amistosos, é difícil discutir os números do Brasil de Dunga. Foram oito vitórias em oito amistosos, alguns deles contra times de peso como Argentina, França, Colômbia e Chile. É o melhor retrospecto entre todos os grandes, além da melhor defesa.

O próximo passo é converter esse bom início em um título em julho, quando o Brasil disputará a Copa América no Chile. No planejamento da atual comissão técnica, levantar uma taça é fundamental para que se recupere a auto-estima do elenco e da torcida após o vexame de 2014.

Gigantes em crise

Se o Brasil sobra, outros gigantes vacilam em suas reformulações. O caso mais grave, disparado, é o da Holanda. São oito jogos, quatro derrotas, um empate e só três vitórias. Terceiro colocado na Copa de 2014, o time é o terceiro colocado do Grupo A das Eliminatórias da Euro, cinco pontos atrás da vice-líder Islândia, correndo sério risco de perder a vaga para 2016, no torneio que será realizado na França.

É o resultado de uma renovação forçada em uma seleção que mantém Robben, Sneijder e Van Persie em fase descendente na carreira. Fase semelhante vive a Espanha, segunda colocada no Grupo C, que sofre para substituir Xavi, Iniesta e David Villa.

Até a campeã mundial Alemanha tem dificuldades. Os germânicos sofrem com desfalques e não voltaram a apresentar o futebol vencedor de 2014. Estão na terceira colocação do Grupo D, atrás de Polônia e Escócia. Com as Eliminatórias na metade, as gigantes precisam acordar para não fazerem feio no caminho para 2016.

Novos astros

Sensação na Inglaterra, Harry Kane entrou durante o jogo e marcou com apenas 3 minutos em campo - EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA - EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA
Imagem: EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA
Parte da renovação citada no tópico anterior consiste em encontrar substitutos. Neste fim de semana, algumas das seleções mais importantes conseguiram dar esperança aos seus fãs.

Harry Kane, por exemplo, é o novo xodó dos súditos da rainha. Aos 21 anos, virou artilheiro do Inglês e marcou logo em sua estreia pela seleção. Menphis Depay, também aos 21, vai se afirmando na Holanda na ausência de Robben, lesionado. Com dribles e velocidade, já é o melhor parceiro de Sneijder na armação.

Espanha e Itália, por sua vez, vão encontrando novos homens-gol. A Fúria, sem Diego Costa, viu Morata, destaque da Juventus na Liga dos Campeões, decidir o jogo contra a Ucrânia pelas Eliminatórias. Já a Azurra contou com gols do brasileiro naturalizado Éder e de Graziano Pelle, atacante de 29 anos que ressurgiu para a seleção após reencontrar seus gols no Southampton, da Inglaterra.

Golaços
Neste quesito, Matic, da Sérvia, foi o grande destaque da rodada. O volante do Chelsea deu uma espécie de meia-bicicleta, de costas para o gol, para marcar contra Portugal pelas Eliminatórias da Euro.

Até Bendtner, ex-Arsenal, que não é muito de fazer gols, fez bonito. Em um amistoso contra os EUA, o centroavante dinamarquês fez três, o último deles um golaço, para garantir a vitória de seu time por 3 a 2.

Enquanto isso, Ibrahimovic, normalmente uma estrela no quesito, fez o dele de um jeito diferente. Em um chutão (muito) equivocado, o goleiro da Moldávia acertou a cabeça do craque sueco e viu a bola parar direto no seu próprio gol.