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Veja cinco motivos para a queda de rendimento do Cruzeiro no Mineirão

Torcida do Cruzeiro não tem feito a diferença em prol do time nos jogos disputados no Mineirão - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Torcida do Cruzeiro não tem feito a diferença em prol do time nos jogos disputados no Mineirão Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

07/04/2015 06h00

Seis partidas, uma vitória, quatro empates e um revés. Quem vê as estatísticas do Cruzeiro como mandante em 2015 nem acredita que o clube é o mesmo que dominou o futebol brasileiro nas últimas duas temporadas. Fortaleza da equipe entre 2013 e 2014, o Mineirão tornou-se um local comum, onde os adversários encontram até certa facilidade para enfrentar o antes temido bicampeão brasileiro.

O aproveitamento do time no Gigante da Pampulha, neste ano, é de 38,89%, número considerado baixo. Se comparado aos anteriores, ele fica ainda mais irrisório. Em 2013, os comandados de Marcelo Oliveira obtiveram 86,21% de rendimento atuando dentro de seus domínios, enquanto na temporada seguinte o desempenho foi de 80,56%.

Motivado pelo mau momento do Cruzeiro, o UOL Esporte fez uma lista das razões pelas quais o time mineiro não mantém o antigo rendimento quando atua ao lado de sua torcida. Veja cinco motivos para o aproveitamento pífio da equipe em Belo Horizonte:

1) A torcida sumiu das cadeiras
Principal aliada do Cruzeiro desde o retorno ao Mineirão, a torcida não vai ao estádio com a mesma frequência. Nesta temporada, a média de público do time no estádio é de 16.604 pessoas, sendo que o recorde até o momento é de 34.412, no clássico diante do Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro.

Em 2013, ano do primeiro título brasileiro sob a batuta de Marcelo Oliveira, a média de público foi de 26.866 pessoas por compromisso. Na temporada posterior, o clube contou com uma média de 26.797 apaixonados em suas partidas.

2) Cadê os gols?
O Cruzeiro encontra dificuldades para balançar as redes de seus adversários em 2015. Se nos anos anteriores a equipe chegava com facilidade ao gol dos oponentes, agora o time não tem a mesma capacidade para levar os torcedores que comparecem ao local ao delírio. Os números comprovam o fraco desempenho ofensivo.

Na atual temporada, o time marcou sete gols em seis partidas no local, o que corresponde a uma média de 1,1 bola na rede por compromisso disputado, enquanto em outros anos a média foi bastante superior.

Em 2013, foram 75 gols em 29 jogos na condição de mandante, o que representa uma média de 2,5 gols por embate. No ano seguinte, a média caiu para 2,1 bola na rede por confronto. A equipe comandada por Marcelo Oliveira fez 78 gols em 36 duelos.

3) Dificuldade para furar as retrancas
Marcelo Oliveira costuma apontar a postura dos oponentes como fator fundamental para o desempenho como mandante. No domingo passado, por exemplo, quando o Cruzeiro foi derrotado pelo Tombense, o treinador justificou o resultado pelo comportamento do time comandado por Antonio Lopes Júnior.

“Até que tem o outro lado (dos números como mandante em 2015) que é: perdemos só uma partida até o momento. Não é isso que queríamos. Todos os adversários que vieram aqui, vieram fechados e procurando o contra-ataque. Hoje (na derrota para o Tombense), eles tinham que sair também e fizeram isso”, afirmou.

4) Nada entrosado
O Cruzeiro perdeu seis importantes jogadores em suas duas últimas campanhas. O lateral esquerdo Egídio, os volantes Lucas Silva e Nilton, os apoiadores Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart e o centroavante Marcelo Moreno não estão mais entre os comandados de Marcelo Oliveira. Com isso, o clube teve que se movimentar e buscar outros nomes.

Dentre os titulares desta temporada, chegaram à Toca da Raposa II, em 2015, o zagueiro Paulo André, o lateral esquerdo Eugenio Mena, o volante Willians, o meia-atacante Giorgian De Arrascaeta e o centroavante Leandro Damião. As alterações, sobretudo no time principal, fazem com que o entrosamento não seja o considerado ideal pela comissão técnica.

5) Chega de passividade
Marcelo Oliveira espera que o Cruzeiro modifique a sua forma de jogar. O treinador acredita que os seus comandados têm sido bastante passivos quando atuam dentro de seus domínios. Após a derrota para o Tombense no Gigante da Pampulha, o comandante explicou o que gostaria que fosse alterado no futebol da equipe.

“(A derrota para o Tombense) deixa a lições sim. Conversamos sobre isso no vestiário. Se estivermos muito passivos no futebol de hoje, sem a marcação encurtada, vamos encontrar dificuldades. A outra lição é que dentro de casa a gente precisa impor muito mais para buscar vitórias”, afirmou.