Topo

Vasco ignora boicote de clubes e escala jogador pivô de polêmica

Paulo Vitor (esquerda) atua contra o São Paulo pela Copa do Brasil sub-17 - Paula Reina / Site oficial do São Paulo
Paulo Vitor (esquerda) atua contra o São Paulo pela Copa do Brasil sub-17 Imagem: Paula Reina / Site oficial do São Paulo

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/04/2015 17h41

No mesmo dia em que foi boicotado por clubes e excluído da Copa Nike sub-15 acusado de aliciamento, o Vasco ignorou a punição e escalou na Copa do Brasil sub-17 o jogador que foi pivô de toda a polêmica.

Paulo Victor atuou como titular nesta quinta-feira, na derrota do Cruzmaltino por 2 a 1 diante do São Paulo, no Morumbi, resultado que eliminou o clube de São Januário da competição.

O jovem abandonou o Fluminense e emitiu uma notificação solicitando sua liberação, algo que foi negado pelo Tricolor. Mesmo assim, ele se apresentou ao Vasco, clube que já havia defendido, e foi inscrito pelo Cruzmaltino na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e CBF mesmo sem o consentimento do clube das Laranjeiras.

A ação gerou revolta por parte do “Movimento Futebol de base”, que reúne representantes de diversos clubes brasileiros e que tem como intuito combater o aliciamento de jovens.

O Vasco, por sua vez, se defende alegando que o jogador estava com seis meses de bolsa de formação atrasados, fora o fato de manifestar o interesse de defender o time.

Sobre o boicote dos clubes e a exclusão na Copa Nike sub-15, os vascaínos fizeram pouco caso e insinuaram que a empresa e o Manchester United (ING), clube que organiza o evento, têm como objetivo aliciar jovens da competição.

“Em primeiro lugar, uma competição organizada pela Nike não pode ser tratada como importante, até porque a Nike não tem poder para organizar uma competição. Quem organiza é o Manchester United, e claramente a competição é para vê se serão contratados pela Nike ou pelo Manchester. nós do Vasco sempre fomos contra o clube participar desse evento, mas os treinadores queriam”, declarou à Bradesco Esportes o gerente de futebol da base, Isaías Tinoco.

O dirigente, aliás, não reconhece que o Vasco esteja sendo boicotado por outros clubes.

“Não existe boicote, porque até hoje mesmo conversei com um membro da competição e perguntei quais os clubes que estão boicotando e eu disse que desafio a esses clubes falarem que estão boicotando o Vasco, mas todos disseram que respeitam a posição do Vasco porque sabem que o atleta estava há seis meses sem receber ajuda de custo do clube e o atleta foi quem procurou o Vasco. O Vasco não aliciou ninguém.”

Por fim, Isaías Tinoco apresentou argumentos para defender o Cruzmaltino das acusações de aliciamento e criticou o Fluminense.

“O jogador procurou o Vasco porque o Fluminense não havia cumprido o que havia combinado com o jogador, que era o contrato de formação que, aliás, o Fluminense nem pode ter porque não tem o selo e o certificado de formação da CBF. Só quem tem é o Vasco e o Nova Iguaçu. E onde é que o Manchester United pode realizar uma competição sem a presença da CBF? Jamais! Só para ver os jogadores brasileiros e aliciar. No final querem falar de forma séria de futebol quando não existe código de ética. É uma picaretagem. Desafio o clube que boicotou o Vasco vir a público falar que fez isso”.