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Vale bicho extra: 5 motivos da invencibilidade do Atlético sobre o Cruzeiro

Carlos comemora o gol que deu a primeira vitória do Atlético-MG sobre o Cruzeiro no novo Mineirão - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Carlos comemora o gol que deu a primeira vitória do Atlético-MG sobre o Cruzeiro no novo Mineirão Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

13/04/2015 17h42

São dez jogos de invencibilidade do Atlético-MG diante do Cruzeiro, desde julho de 2013 que a equipe celeste não consegue bater o maior rival. Número expressivo diante de um clássico tão equilibrado. O feito da equipe alvinegra nesse domingo aconteceu em apenas outras sete vezes no duelo com mais de 90 anos de história. Além do bom time montado pelo Atlético nos últimos anos, que conquistou a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, por exemplo, outros motivos foram determinantes na sequência invicta sobre o Cruzeiro.

Mesmo porque se o clube alvinegro vive um período de conquistas internacionais e nacionais, o Cruzeiro não fica atrás. A equipe comandada por Marcelo Oliveira conquistou dois Brasileiros consecutivos, mas encontra muita dificuldade diante do maior rival.

O UOL Esporte levantou cinco pontos que são decisivos na 3ª maior sequência de invencibilidade e na história do clássico mineiro. E para continuar vivo no Estadual, o Atlético vai precisar valer todos esses pontos, pois precisa vencer a partida deste domingo para chegar à final do Mineiro.

Premiação extra

Se o clássico é um campeonato à parte, a diretoria alvinegra faz o seu papel. A direção do Atlético repete uma estratégia usada por muitos anos no rival e a premiação por vitória no clássico é bem maior. Os ex-presidentes do Cruzeiro, Zezé e Alvimar Perrella, incentivam os jogadores com o famoso ‘bicho extra’. Isso foi estabelecido também no Atlético nos últimos anos e o resultado tem agradado. Desde 2012 o Atlético soma mais vitórias do que derrotas nos confrontos com o Cruzeiro. A premiação aos jogadores é feita de acordo com o desempenho da equipe nas competições. Exceção feita aos jogos com o rival, que são realmente tratados como um torneio à parte.

Compromisso dos jogadores

Entre 2007 e 2011 o Atlético apanhou e muito do Cruzeiro. Foram somente quatro triunfos em clássicos, contra 15 do rival. Se o time alvinegro conseguiu golear uma vez, acabou goleado em três oportunidades. Mas a partir de 2012 a postura do time em campo mudou e muito nos clássicos com o Cruzeiro. Tanto que o Atlético perdeu somente três vezes desde então, sendo uma com o time reserva, três dias depois de conquistar a Copa Libertadores.

“O importante no clássico não é jogá-lo, é ganhá-lo. Clássico se ganha”, a frase dita pelo zagueiro Otamendi, que defendeu o Atlético em 2014, continua valando na Cidade do Galo. Seja qual for a competição ou o momento das equipes, bater no rival é prioridade para os jogadores atleticanos.

Independência e Mineirão

Jogar com o Atlético no Independência não é algo que deixa o Cruzeiro confortável. A diretoria cruzeirense até abre mão da carga de ingressos nos jogos disputados no Horto. E lá o Atlético segue invicto em clássicos. Desde a reinauguração foram disputadas nove partidas e o time alvinegro venceu cinco e empatou quatro. Já o Mineirão não é temido pelos atleticanos. Palco de importantes partidas dos clubes nos últimos anos, o Gigante da Pampulha não é visto como o campo do adversário, mesmo com a maioria de cruzeirenses nas cadeiras. O Atlético se sente à vontade no Mineirão e o confronto lá está equilibrado, com três vitórias cruzeirenses contra duas atleticanas, além de dois empates.

Craques anulados

Os dois principais jogadores do Cruzeiro nos últimos anos foram Ricardo Goulart e Everton Ribeiro. Mas ambos deixaram a Toca da Raposa sem uma grande atuação diante do rival. Embora tenham marcados gols em clássicos, ambos jamais jogaram diante do Atlético o que jogavam contra outros adversários. Exemplo disso é o número de vezes que os dois jogaram os 90 minutos. Durante a passagem pela Toca da Raposa, o Cruzeiro enfrentou o Atlético em 12 oportunidades, mas ambos ficaram o tempo todo em campo somente cinco vezes cada um.

Confiança

Com a sequência de bons resultados diante do rival e também em outras competições, o Atlético já entra em campo mais confiante. A tranquilidade dos jogadores depois do empate mostra bem como é a situação atual. Embora seja preciso vencer para chegar à final, os atleticanos não demonstram qualquer tipo de medo ou receio, mesmo o Cruzeiro jogando com a vantagem de poder empatar o clássico. “Não vejo como vantagem. O Atlético tem bom retrospecto jogando no Mineirão e com bons resultados. Confio na minha equipe, pois o Atlético mostrou nos últimos anos esse poder de superação e acredito que não vai ser diferente agora”, comentou o goleiro Victor.