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Cruzeiro bate cabeça, cai para segundo e vai decidir classificação em casa

Do UOL, em Belo Horizonte

14/04/2015 20h55

Pela quinta rodada do grupo 3 da Libertadores, a estratégia do Cruzeiro visava sair da Argentina com pelo menos um empate e voltar para o Brasil já classificado para a fase mata-mata da Libertadores. O tiro, porém, saiu pela culatra e a equipe pagou caro por uma postura defensiva de seu treinador, aliada às falhas individuais e coletivas do time, que não se encontrou praticamente em hora nenhuma. Placar final, 3 a 1 para o Huracan.

No outro jogo desta noite de terça, o Universitario de Sucre venceu o Mineros por 2 a 0 e tomou o primeiro lugar, com 9 pontos. Desta forma, o Cruzeiro (atualmente com oito pontos na segunda posição) vai jogar a última rodada contra os bolivianos precisando da vitória para se classificar na liderança. Um empate poderá deixar a equipe em segundo lugar ou até mesmo de fora das oitavas de final, caso o Huracan também vença seu compromisso.

Os argentinos chegam à última rodada com sete pontos na terceira posição. O Mineros, com apenas um ponto conquistado já está eliminado.

Fases do jogo: Acostumado a jogar com um meia organizador (De Arrascaeta) municiado por dois pontas, Marcelo Oliveira escalou um 4-3-3 defensivo do Cruzeiro, formando o meio-campo com três volantes. Dentro das quatro linhas, a postura do treinador refletiu em poucas jogadas de criação e afetou o time. Quando Arrascaeta caía pelos lados, era Henrique o responsável por armar o time, sem obter sucesso. Mayke começou bem, com espaço pelo lado direito, mas desacelerou e diminuiu as já poucas jogadas efetivas do time.

O jogo corrido e sem faltas (por conta da postura do árbitro) favorecia ao Huracan, que apresentou um comportamento bem diferente daquela equipe que visitou o Cruzeiro há três rodadas. Distinto também estava o time de Minas, perdido em campo. Em uma saída errada de bola, Damião reclamou de falta, Willians falhou na tentativa de caneta e o lançamento do meio encontrou Ramón Ábila livre (e em posição duvidosa) para marcar o primeiro gol. O atacante de 25 anos era a única referência dos argentinos no ataque, mas ainda encontrou liberdade suficiente a ponto de marcar o segundo, após Puch passar com muita facilidade pelo veterano Paulo André.

Marcelo percebeu o erro do primeiro tempo e corrigiu fazendo o básico no intervalo. O meia Gabriel Xavier entrou no lugar de Willians e injetou ânimo tanto pelas caídas na esquerda, quanto na direita. Em uma dessas jogadas, Damião sofreu pênalti que ele mesmo bateu e diminuiu. O gol, porém, valeu apenas dois minutos de ‘sacudida’. No ataque seguinte, em nova pane do setor defensivo, Mancinelli foi o único que acompanhou o cruzamento simples no segundo poste. Antes de decretar a vitória argentina no El Palacio, o lateral ainda contou com toda a calma e liberdade para balançar as redes.

O melhor: Única referência do ataque argentino, Ábila teve liberdade durante praticamente todo o jogo. Perigoso, seus dois gols no início do jogo já decretavam a derrota celeste.

O pior: O coletivo do Cruzeiro. Irreconhecível em campo, o time celeste contou com o erros individuais e coletivos durante praticamente toda a partida, vacilando em todos os gols do Huracan.

Chave do jogo: Marcelo Oliveira optou por sair do 4-2-3-1 e escalar a equipe no 4-3-3. Os jogadores não se entenderam em campo, mostrando-se perdidos dentro das quatro linhas. O treinador só retornou com o esquema de costume no segundo tempo, já com 2 a 0 no marcador.

Para lembrar:

Guerra nos bastidores:  O Cruzeiro trabalha para conseguir o adiamento do clássico contra o Atlético-MG para este sábado. O advogados já estudam a possibilidade de entrar com uma liminar no TJD para obter a mudança da partida, até então, marcada para às 16h deste domingo.

Paulo André fora: Muito mal na partida, o zagueiro levou o terceiro cartão amarelo e não jogará contra o Universitario de Sucre, no Mineirão.

Ex-melhor defesa: Antes com um gol sofrido, o Cruzeiro alcança agora quatro três gols levados na Libertadores. A última vez em que o clube levou três gols no torneio continental aconteceu na temporada de 2008.

HURACAN-ARG 3x1 CRUZEIRO
Motivo: 5ª rodada, grupo 3 da Copa Libertadores
Data/Hora: 14/04/2015, às 19h (horário de Brasília)
Local: Estádio El Palacio, em Buenos Aires (Argentina)

Árbitro: Patricio Polic (CHI)
Assistentes: Carlos Astroza e Raúl Orellana

GOLS: Ramón Ábila, 14'1ºT (1-0); 25'1ºT (2-0); Leandro Damião (15'2ºT, 2-1); Mancinelli, 17'2ºT (3-1)
Cartões amarelos: Eduardo Dominguez, Díaz (HUR), Paulo André, Willian Farias, Henrique (CRU).
Cartão vermelho: Não houve.
Público/Renda: Ainda não divulgados.

Huracán: Díaz; Mancinelli, Hugo Nervo, Eduardo Dominguez e Luciano Balbi; Lucas Villarruel, Federico Vismara; Patrício Toranzo (Ezequiel Gallegos - 36'2ºT), Alejandro Romero Gamarra (Fabianesi - 39'2ºT), Edson Puch (Agustín Torassa - 30'2ºT); Ramón Ábila. Técnico: Néstor Apuzzo.

CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Leo, Paulo André e Mena (Pará - 25'2ºT); Willians (Gabriel Xavier - Intervalo), Willian Farias, Henrique e De Arrascaeta; Willian (Riascos - 20'2ºT) e Leandro Damião. Técnico: Marcelo Oliveira.