Edinho terá Pelé como "consultor" para comandar o Mogi Mirim
O ex-goleiro do Santos, Edinho, filho de Pelé, assumiu nesta quarta-feira o Mogi Mirim e vai iniciar a preparação do clube para a Série B do Campeonato Brasileiro. Em sua primeira incursão como treinador, ele afirma estar confiante e se considera um "PHD" dentro do futebol.
Nos últimos anos, ele fez parte da comissão técnica do Santos e trabalhou nas equipes de Vanderlei Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira, Muricy Ramalho, Vágner Mancini, Cuca e Adilson Batista, entre outros. O acerto foi feito com presidente do Mogi, Rivaldo, pentacampeão com a seleção brasileira de futebol. De acordo com ele, seu pai, Pelé, será um consultor informal do seu trabalho.
"O maior trunfo na minha preparação foi a possibilidade de trabalhar com tantos profissionais diferentes. Perceber todos os tipos de trabalho, visão de jogo. Todos os aspectos da condução do grupo, da parte de psicologia, de pedagogia que você precisa ter. Essa experiência eclética que me formou. Minha formação vem com esse pedigree, de trabalhar com todos eles".
Segundo Edinho, ao saber da notícia, Pelé deu os parabéns a ele, pediu que tomasse cuidado, e ficou um pouco nervoso com a nova condição do filho. "O meu pai deu apoio total, está muito feliz, mas já começou a ficar nervoso. 'Meu filho era goleiro, agora é treinador'. Está feliz demais, está orgulhoso. Ele ama futebol, então, com certeza ele, com todo respeito, será mais um honroso torcedor do Mogi Mirim", disse Edinho.
Edinho chegou ao Mogi por meio de seu empresário, Demétrius Montanini. Ambos jogaram juntos no Santos dos anos 90. Edinho o procurou e disse que estava preparado para assumir um time. "Há algum tempo eu venho cobrando para que ele me conseguisse uma oportunidade. Dizia que eu estava preparado, que eu queria trabalhar. Ele foi fazendo o trabalho dele. A dinâmica da nossa indústria é essa. As coisas mudam de uma hora para a outra. E surgiu essa oportunidade. Ele ficou sabendo que houve a mudança aqui, que o treinador havia sido dispensado. Entrou em contato com o Rivaldo, propôs essa situação para ele e foi muito rápido", disse.
O treinador afirma que não houve dificuldades para o acerto. "A gente se entendeu muito rapidamente. Não foi nada forçado. Nós somos pessoas do futebol. A gente tem muita experiência entre nós três, eu, o Rivaldo e o Demétrius. O Demétrius foi atleta profissional, conquistou a Europa. Eu também estou há 20 anos como profissional de futebol. Com poucas palavras a gente se entende. E agora é arregaçar as mangas e trabalhar".
Edinho lembra que está há oito anos se preparando. "Tomei essa iniciativa num momento em que eu me sentia muito preparado para assumir essa responsabilidade. É uma responsabilidade muito grande, não só para mim, mas para qualquer um que assuma uma equipe. A responsabilidade que o Rivaldo está passando num trabalho que ele vem fazendo de corpo e alma, matando no peito e levando a história para a frente. É com muito cuidado e consciência da importância do meu sucesso aqui. Com certeza, se eu não acreditasse, eu não estaria aqui", disse ele.
Novo técnico do Mogi Mirim, Edinho tem a liberdade assistida pela Justiça e precisará comprovar mensalmente o seu vínculo com o clube interiorano. O ex-goleiro foi detido em novembro do ano passado por lavagem de dinheiro proveniente de associação ao tráfico. Em julgamento, ele foi condenado a 33 anos de detenção. No entanto, Edinho recorreu e aguarda a decisão final da Justiça.
De acordo com o advogado de Edinho, Eugênio Malavasi, o treinador se apresentará uma vez por mês à 1ª Vara Criminal de Praia Grande. O procedimento já é feito pelo filho de Pelé, que desempenhava a função de auxiliar técnico da comissão técnica do Santos.
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