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Del Nero assume a CBF nesta quinta. Veja desafios que ele tem pela frente

Do UOL, em São Paulo

16/04/2015 06h01

Marco Polo Del Nero, 74 anos, assume a presidência da Confederação Brasileira de Futebol nesta quinta-feira. Em evento sem a presença da imprensa, marcado para as 11h, o agora dirigente mais poderoso do futebol brasileiro terá a companhia de dirigentes, políticos, ex-jogadores e patrocinadores.

Acompanhado deles, o agora ex-presidente da Federação Paulista de Futebol e conselheiro do Palmeiras toma posse do cargo para qual foi eleito em abril de 2014 e, até então, era ocupado por José Maria Marin.

Aliado político de seu antecessor, ele deve mudar pouca coisa e herda desafios que foram lançados logo após a vexatória eliminação para a Alemanha na semifinal da Copa do ano passado, disputada no Brasil.

Confira os principais desafios de Del Nero à frente da CBF:

1- Manter a valorização das categorias de base
Liderado pelo coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, o trabalho de valorizar as categorias de base será um dos projetos mantidos pela atual gestão. A ideia é conversar com o maior número de profissionais da área para tentar voltar a revelar grandes talentos. A comissão técnica entende que faltam referências para a seleção voltar a jogar bonito e quer remediar algo que, na visão deles, deveria ter sido prevenido. Erasmo Damiani, ex-Palmeiras, será o braço direito nesse trabalho, que ainda tem o ameaçado Alexandre Gallo como treinador responsável. Não há garantias que ele ficará à frente do time para comandar a seleção olímpica.

2- A sonhada medalha de ouro
Nunca antes conquistada, a medalha de ouro nas Olimpíadas é outro desafio para a nova gestão da CBF. Com o provável reforço de Neymar, a seleção olímpica buscará acabar com o tabu na categoria em pleno Rio-2016. É também por esse sonho que se motiva o trabalho de Rinaldi e companhia nas categorias de  base. “Continuamos focados na meritocracia como forma de convocação. Merecimento é nosso lema”, afirma o goleiro que esteve na delegação que conquistou o tetra em 1994.

3- Chega de lembrar do 7 a 1
Apesar de ter sido eleito antes do vexame na semifinal diante da Alemanha, Del Nero tem sua imagem pouca associada à tragédia da Copa de 2014, deixando esse problema na conta de Marin. O presidente assume a seleção em um momento de invencibilidade pós-Copa e no trabalho para a conquista de mais uma Copa América. Um bom desempenho na competição continental e nas eliminatórias para a Copa de 2018, na Rússia, podem ajudar na limpeza da imagem da canarinha.

4- Recuperar prestígio com os clubes
Em meio a uma ameaça de rebeldia por parte dos clubes, Del Nero precisará manter os olhos abertos para a possibilidade de uma organização independente dos times, para que a CBF fique apenas com a organização da seleção. A ideia será reconquistar o espaço aos poucos. Del Nero já mostrou que sabe reconstruir relações, como foi na reaproximação entre Federação Paulista de Futebol e CBF quando o mesmo foi eleito presidente da instituição que cuida do futebol paulista, em 2003.

5- Mudança de calendário e formato do Brasileirão em pauta
Assim como no caso da formação de uma Liga Independente, Del Nero participa das discussões com os clubes sobre a possibilidade de uma mudança de calendário e até no formato do Brasileirão, com a volta do mata-mata. Mais do que um foco de insatisfação por parte de clubes, o dirigente sabe que precisará ser político com a TV Globo nas suas decisões. Recentemente, um exemplo de insatisfação pode servir para o presidente: os clubes não gostaram do Brasileirão sub-20 encurtado, com o formato de grupos.

6- Chega de escândalos
Depois do escândalo com Ricardo Teixeira, investigado por fraudes à frente da instituição, e José Maria Marin, também investigado pelo superfaturamento na compra da nova sede da entidade, Del Nero chega com a missão de não colocar o nome da entidade em novos escândalos que minam a credibilidade de quem comanda o futebol brasileiro.  

7 – A aproximação com o futsal
Em meio à crise da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), a CBF pode retomar o controle da categoria que tem Falcão como sua principal referência. É ele, aliás, que promove a aproximação e faz lobby para que o esporte volte a ter um pouco mais de força no país. A aproximação com Del Nero é vista como uma chance disso.