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Em 1ª entrevista, novo presidente da CBF admite discutir volta de mata-mata

Guilherme Costa, Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/04/2015 16h43

Pouco mais de quatro horas após ter tomado posse, Marco Polo del Nero deu nesta quinta-feira (16) a primeira entrevista coletiva como novo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A conversa com jornalistas foi realizada no auditório da entidade, durou cerca de 40 minutos e chamou atenção pelo tom conciliatório adotado pelo dirigente. Disposto a evitar confrontos, o novo mandatário falou até em discutir um possível retorno do mata-mata ao Campeonato Brasileiro.

"Esse é outro debate que temos de ter. Eu tenho uma opinião, vamos chamar assim. Temos um Campeonato Brasileiro por pontos corridos que anda muito bem, é harmônico, e qualquer um pode chegar lá e ser campeão. Talvez tenha menos emoções do que o mata-mata, mas tem emoções até o fim do campeonato. O mata-mata tem emoções no dia a dia, mas você também cai fora rápido. Temos a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro e acho que formamos um bom cenário, mas quem sou eu para mandar nisso tudo? Temos de ouvir, ouvir e ouvir", declarou Del Nero.

O Campeonato Brasileiro é disputado em sistema de pontos corridos desde 2003. A partir do segundo semestre do ano passado, porém, um grupo de dirigentes começou a criar discussões em torno de uma mudança de formato. A CBF chegou a criar um grupo de trabalho para debater o assunto.

"Não sou Deus e nem quero ser professor. Nós temos de ouvir. Temos de ouvir a imprensa, os treinadores, os atletas, os presidentes de clube. Todos os envolvidos, disse o novo mandatário da CBF.

Del Nero só não foi tão assertivo quando falou sobre a possibilidade de formação de uma liga de clubes. Nesta quinta-feira, depois da cerimônia de posse, presidentes de Cruzeiro, Flamengo e Fluminense falaram abertamente sobre a hipótese de criação de um grupo entre as equipes.

"Nós temos de saber qual é a razão para formar uma liga. Para formar uma liga você vai ter uma nova diretoria, os clubes vão ter gastos com essa nova diretoria, e eles não vão conseguir fazer o que a CBF faz. A CBF não cobra um tostão pelas competições da Série A e nas outras séries ainda ajuda. Também se fizesse uma suposta liga e a CBF permitisse, quem paga a conta da Série C e D? Se levar, tem de levar tudo. A CBF faz um pacote só", finalizou o dirigente.