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PC Caju conta que trocou medalha da Copa por cocaína: "achei que ia morrer"

Paulo Cézar Caju no Dossiê GloboNews - Reprodução / GloboNews
Paulo Cézar Caju no Dossiê GloboNews Imagem: Reprodução / GloboNews

Do UOL, em São Paulo

18/04/2015 22h46

Paulo Cézar Caju participou do Dossiê GloboNews neste sábado (18) quando contou diversas histórias sobre sua carreira e falou da sua relação com as drogas. O ex-ponta da seleção brasileira disse que trocou a medalha que ganhou por ser campeão do Mundo da Copa de 1970 e uma miniatura de ouro da taça Jules Rimet para alimentar seu vício em álcool e cocaína.

"Não tinha nem valor de quanto representava. Só queria cocaína. A medalha da Fifa, de campeão do mundo, era o de menos. Eu passei pra frente a minha Jules Rimet. Ela me deu um bom dinheiro. Deu para usar (cocaína) por um bom tempo", contou.

Quando atleta, Caju afirma que sempre foi "careta". Seu envolvimento com as drogas aconteceu depois que ele encerrou sua carreira, em 1983. A partir daí, o campeão de 1970 perdeu boa parte do que conquistara durante anos jogando futebol.

"Quando eu parei de jogar, o dinheiro era meu, tinha imóveis, dinheiro, fui para Europa. Nunca tinha bebido, nunca tinha fumado. Aí experimentei champanhe, experimentei cocaína e fiquei 17 anos viciado em álcool e cocaína. Cocaína é uma droga cara, mas eu fui usando. Cheirei três apartamentos. Você não tem consciência de nada, você cede tudo, eu cedi medalhas de ouro, cordões. Você não tem noção. você nem se toca. Quem nunca experimentou, não experimente", narrou.
 
O fundo do poço ocorreu quando ele encontrou um médico e acabou internado no hospital com a saúde bastante debilitada. Ele conta que sequer conseguia dormir se não ingerisse álcool.
 
"Eu precisava dormir e eu não conseguia. Aí tem uma hora que o corpo não aguenta. Mas eu tinha coleção de champanhe, cachaça, vinho... Quando precisava dormir tomava uísque. Então uma cardiologista me viu totalmente acabado e falou que eu ia ter um enfarte fulminante, um ou dois derrames. Eu ia morrer. Não queri isso. Aí não era mais questão financeira, era acreditar que eu poderia me recuperar", disse.
 
"Quando você é dependente, você acha que os outros são errados, mas graças a Deus, alguns amigos e minha atual mulher realmente acreditaram em mim", sentenciou.