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Facção que atua nos presídios ordenou chacina de torcida, diz Polícia Civil

19.abr.2015 - Oito homens morreram em uma chacina na quadra do Pavilhão Nove, torcida organizada do Corinthians - Edison Temoteo/Futura Press
19.abr.2015 - Oito homens morreram em uma chacina na quadra do Pavilhão Nove, torcida organizada do Corinthians Imagem: Edison Temoteo/Futura Press

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

20/04/2015 13h50

Disputa envolvendo tráfico de drogas levaram uma facção criminosa que atua dentro dos presídios e penitenciárias a ordenar a chacina de oito integrantes da Pavilhão Nove, torcida organizada do Corinthians. A afirmação é do delegado Arlindo José Negrão Vaz. "Nossa principal tese para a motivação é disputa por pontos de tráfico, pontos de venda de drogas. Um dos mortes era envolvido com tráfico e seria o motivo da chacina".

Ele não revelou quem seria o alvo dos assassinos. Questionado se o crime foi encomendado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), o delegado repediu o termo uma facção criminosa que atua dentro dos presídios.

O delegado confirmou que o crime foi cometido por três homens e dois deles foram identificados. A chacina ocorreu no sábado por volta das 23 horas. Os assassinos mandaram as vítimas deitarem no chão e disparam com pistolas calibre 9 milímetros na nuca delas. A linha de investigação que vincula a chacina ao tráfico é refutada por familiares.

A Polícia Civil ressaltou que o caso não tem relação com o futebol ou briga de torcidas apesar das mortes ocorrerem na véspera do clássico Palmeiras e Corinthians valendo vaga na final do Campeonato Paulista. Os torcedores que morreram estavam na sede da Pavilhão Nove pintando bandeiras para a partida. Era um sábado de festa e durante o dia houve um campeonato de futsal seguido de churrasco.

Entre as vítimas da chacina estavam Ricardo Junior Leonel do Prado, de 34 anos, André Luiz Santos de Oliveira, de 29 anos, Mateus Fonseca de Oliveira, de 19 anos, Jhonatan Fernando Garzillo, de 21 anos, Marco Antônio Corassa Junior, de 19 anos, Mydras Schmidt, de 38 anos, Jonathan Rodrigues do Nascimento, de 21 anos e Fabio Neves Domingos, de 34 anos.

O último nome é de um torcedor que foi preso pela morte do garoto Kevin Beltran Espada em partida da Libertadores na cidade de Oruro, Bolívia, em fevereiro de 2013. Ele passou mais de cem dias preso e logo que recuperou a liberdade se envolveu numa briga generalizada em jogo do Corinthians contra o Vasco em Brasília.