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Por que Marcelo Oliveira não é o único culpado pela má fase do Cruzeiro?

Cruzeiro sofre derrota para o Atlético-MG na semifinal do Campeonato Mineiro e está eliminado - Bruno Cantini / Flickr
Cruzeiro sofre derrota para o Atlético-MG na semifinal do Campeonato Mineiro e está eliminado Imagem: Bruno Cantini / Flickr

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

20/04/2015 06h00

O Cruzeiro vive o seu pior momento desde a chegada de Marcelo Oliveira, em janeiro de 2013. A queda de rendimento é compreensível e o treinador não é o único culpado. Ele mesmo discorda daqueles que insistem em culpá-lo pela fase conturbada divide a responsabilidade com atletas e diretoria.

Questionado sobre as dificuldades encontradas pelo clube neste início de temporada, na qual obteve 58,73% de aproveitamento em 21 partidas disputadas, o técnico não esconde que os problemas são inúmeros.

“Em relação ao trabalho, ganhamos dois Campeonatos Brasileiros. Por mais que possam dizer algo, fizemos um novo time em 2013. Ganhamos um Mineiro invicto e chegamos pós-comemoração dizendo que é um trabalho de todos. É da mesma forma, embora no Brasil, pela cultura, recaia sobre o treinador. Estou tentando botar o time ofensivo, para frente. Estou pronto para as críticas e preparado para qualquer situação que possa acontecer. Não tenho apego nenhum a emprego, tenho apego a trabalho. Sou honesto, leal”, afirmou.

Diante das declarações de Marcelo Oliveira, o UOL Esporte lista os motivos da queda de rendimento do Cruzeiro. E o treinador não é o único culpado. Diretoria e atletas também têm parcela de responsabilidade nisso:

1) Clube se desfez das estrelas
Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo Moreno foram os principais nomes do Cruzeiro na conquista do bicampeonato brasileiro em 2014. O quarteto deixou a Toca da Raposa II no início deste ano e sequer teve a oportunidade de trabalhar no início do Campeonato Mineiro.

Lucas Silva foi negociado para o Real Madrid, da Espanha, Éverton Ribeiro reforçou o Al-Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, e Ricardo Goulart deixou o clube para atuar pelo Guangzhou Evergrande, da China. O trio era fundamental para a forma de jogar do Cruzeiro. Marcelo Moreno, por sua vez, retornou ao Grêmio e, na sequência, foi vendido para o futebol chinês.

2) Técnico não foi atendido no pedido por um meia
Os pedidos de Marcelo Oliveira não foram atendidos. O treinador gostaria de contar com mais um atleta para o setor de criação, além dos nomes que chegaram à Toca da Raposa II no início deste ano. A intenção é que o clube buscasse um substituto para Éverton Ribeiro e outro para Ricardo Goulart. A única contratação de impacto para o setor, todavia, foi o uruguaio De Arrascaeta.

Felipe Gedoz, do Club Brugge, da Bélgica, Cleiton Xavier e Valdivia, companheiros no Palmeiras, Lucas Lima, do Santos, Wagner, do Fluminense, e Cristian Rodríguez, atualmente no Grêmio, foram jogadores que negociaram com a diretoria, mas não entraram em acordo. Diante dos fracassos nas negociações, o clube ainda não encontrou um nome para o meio de campo.

3) Time não consegue jogar em outro esquema
O Cruzeiro até rende no 4-2-3-1, esquema o qual utilizou nos últimos dois anos, sagrou-se bicampeão brasileiro e tem utilizado desde fevereiro. A equipe de Marcelo Oliveira, entretanto, tem dificuldade para atuar de outra forma. Na terça-feira passada, por exemplo, o treinador optou por escalar três volantes, o que não foi benéfico para os seus comandados.