Torcedor morto em chacina foi enterrado com cavaquinho e ursos de pelúcia
Segunda-feira foi dia das famílias enterrarem os oito corintianos mortos na chacina ocorrida na sede da torcida organizada Pavilhão Nove, em São Paulo, no sábado à noite. O sambista Mydras Schmidt Rizzo, 38 anos, foi sepultado com o cavaquinho e um urso de pelúcia de cada filho. Sobre o caixão estava depositada a bandeira da escola de samba Pérola Negra. Ao lado do corpo colocaram uma bandeira da Pavilhão Nove.
Mesmo baleado, Mydras conseguiu escapar da quadra e pedir ajuda para pessoas na vizinhança. “Me socorre”, suplicou, segundo disse em entrevista ao G1. Mas o músico morreu no Hospital das Clínicas. Imagens de um posto de combustível mostraram a agitação das pessoas na hora dos tiros. É possível ver homens correndo e um deles manca. Um cliente assustado abandonou a Kombi ao lado da bomba de combustível e fugiu.
Na sequência, um grupo aponta na direção da Ponte dos Remédios, onde fica o galpão da torcida organizada. Flavia Lima, 27 anos, era prima de Mydras e estava nas imediações da sede no sábado à noite.
Ela contou que um pânico coletivo se instalou conforme a notícia da chacina se espalhou. As pessoas começaram a correr para o local assustadas torcendo para não ter parentes entre as vítimas.
Em todos os velórios os familiares protestaram contra a linha de investigação da Polícia Civil que aponta tráfico de drogas como causa da morte. Erasmo Carlos Dias, 42 anos, era cunhado de André Luiz Santos de Oliveira, 29 anos. Ele afirmou que o familiar trabalhava e nem tinha tempo para se envolver em problemas.
A Polícia Civil tem outra visão e aponta acerto de contas envolvendo disputa por ponto de venda de drogas. O delegado Arlindo José Negrão Vaz acrescentou que uma facção que atua dentro dos presídios ordenou a chacina.
Confira a lista das vítimas
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