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O que acontece com André: de parceiro de Neymar a "inútil" no Atlético

Juliana Alencar

Do UOL, em São Paulo

22/04/2015 06h00

A vitória que garantiu vaga na final do Estadual ao Atlético-MG foi testemunhado por André longe do campo. O que era para ser uma exceção virou uma regra para o atacante do Galo.

Aos 24 anos, o jogador não tem sido aproveitado pelo técnico Levir Culpi na temporada. Jogou apenas duas vezes no ano: na derrota por 2 a 1 para o América-MG, no Mineiro, e no primeiro revés contra o Atlas, na segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. 

"Tenho treinado, me esforçado, mas está difícil a concorrência. O Atlético tem um elenco muito grande, tem muito jogador disputando a mesma vaga", avalia André, que  briga por um espaço com Lucas Pratto, Thiago Ribeiro e Jô. "Quanto menos eu jogo, mais fica difícil provar que tenho condições para estar em campo. Atacante precisa jogar para fazer gol. Claro que eu fico chateado por não estar fazendo algo que se espera de mim. Me sinto inútil. Mas não rola vaidade, não".

A má fase parece um ponto fora da curva que se desenhava quando André foi revelado pelo Santos, em 2009. Uma das peças do time que tinha Neymar e Ganso como os astros, André conseguiu tirar proveito da exposição que veio por tabela: aos 19 anos, foi negociado com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, por 8 milhões de euros. Mas a temporada na Europa não foi suficiente para fazer seu futebol deslanchar. Sem se destacar, retornou ao futebol brasileiro.

"Financeiramente foi ótimo. Mas para a minha carreira, talvez, não tenha sido uma boa escolha. O que ficou de bom mesmo foi a experiência de ter que lutar por um espaço. Serviu como experiência de vida", reconhece André, que voltou ao Brasil para defender o Atlético-MG, em 2012.  "Tive um bom desempenho nessa volta. Fui vice-artilheiro no Estadual, mas acho que a contusão no tornozelo que tive acabou me prejudicando. Fui perdendo espaço no clube".

Logo depois, André foi emprestado ao Santos e, na sequência, ao Vasco. O retorno ao Atlético-MG só aconteceria no final de 2013, após o Brasileirão.

Namorico com BBB

Se profissionalmente André tenta voltar a ter destaque, na vida pessoal o atleta ainda rende notícia. Pouco depois de ser afastado pela diretoria do Atlético-MG por indisciplina - em novembro do ano passado ele, Jô e Emerson Conceição levaram mulheres para a concentração em Curitiba -, o jogador virou personagem de sites de fofoca ao ser associado a ex-BBB Aline Gotschalg, com quem teve um caso antes de ela entrar no reality show.

Ainda sem jogar, voltou a ter que dar explicações sobre o assunto quando um jornal carioca publicou que ele estaria ficando com a loira de novo.

"No dia que saiu que eu estava ficando com a Aline de novo fui muito zoado pelos colegas. 'Tá pegando a mina de novo, hein?', sabe como são essas coisas. Mas não é verdade. Nunca tive nada sério com ela", afirma André, que foi fotografado com a moça em um camarote de uma cervejaria: "A gente sai, né? Sou jovem".

André não concorda com a relação de seu comportamento extracampo com a falta de oportunidade em campo. Frequentador de baladas, André diz que sempre gostou de sair à noite e isso nunca afetou seu rendimento.  

"A torcida precisa entender que jogador é um trabalhador, que tem direito a dia de folga. E em dia de folga você pode fazer o que quiser, inclusive sair com os amigos. Se não há excessos, não acho que afete o rendimento de um jogador", opina ele, que diz sofrer perseguição de setores das organizadas. "Os caras descobrem seu celular e te adicionam em grupo de WhatsApp para te ameaçar, xingar. É um inferno".

O episódio no qual foi afastado pela diretoria por indisciplina, é, segundo ele, passado.  Também nega que esteja sendo "castigado" pela quebra de confiança. "Se tivesse sido tão grave, não teríamos sido reintegrados. Foi um erro, mas não exatamente como foi  dito na época", afirma. André, curiosamente, não inclui Jô, seu companheiro na farra, no rol de amigos.  "Não somos tão amigos assim, somos colegas. Ele tem a família dele, eu tenho a minha vida". 

Sem oportunidades no Atlético-MG, André diz que ainda tem esperanças de voltar a exibir um bom futebol no clube mineiro. Mas evita sonhar grande considerando que já teve chance de defender a seleção principal, quando Mano Menezes era técnico. "Nem penso nisso."