Camisas 10 da década no Palmeiras podem ser titulares juntos pela 1ª vez
Em agosto de 2006, sem ganhar um título há seis anos, o Palmeiras contratou Jorge Valdivia, um meia do Colo Colo (CHI). Em pouco tempo, viu que tinha em mãos um jogador diferente: o chileno vestiu a 10 alviverde até 2008, quando deixou o clube, dando lugar a Cleiton Xavier, que também conquistou a torcida. Um ano depois, o brasileiro devolveu a posição ao próprio Valdivia. Neste domingo, diante do Santos, os dois principais meias palmeirenses dos últimos dez anos podem ter a primeira chance de fazer história juntos.
Cleiton treinou entre os titulares nesta quinta; Valdivia ficou na academia, mas ambos tem condições de jogo. Se escalá-los juntos, Oswaldo utilizará o primeiro fora de sua posição de origem.
"Se estiverem voando, com certeza os dois vão jogar. O Valdivia tem uma posição mais definida. O Cleiton é mais versátil, pode ser utilizado fazendo função mais defensiva, de se aproximar do atacante, atuar pelo lado do campo", explica o treinador.
Com os dois em campo, o Palmeiras teria o chileno na meia central, com Cleiton Xavier aberto em uma das pontas. Como Rafael Marques e Dudu são titulares absolutos, a tendência é que o centroavante (Cristaldo, Leandro pereira ou Gabriel Jesus) perca a vaga.
Quando Valdivia chegou à Academia de Futebol, o Palmeiras ainda tinha na memória um 2003 na Série B e não vencia um título desde 2000, quando conquistou os extintos Rio-São Paulo e a Copa dos Campeões. Provocador dentro e fora de campo, foi fundamental para encerrar em 2008 esse jejum e se tornou ídolo da torcida.
Em 2007, foi eleito pela CBF o melhor meia do Brasileirão. Em 2008, entrou de vez para a galeria de ícones alviverdes na conquista do Paulistão. Um dos destaques da competição, caiu ainda mais nas graças da torcida ao provocar os rivais: contra o Corinthians, criou o chororô (comemoração de gol simulando um choro) e o chute no vácuo; contra o São Paulo, marcou gol e pediu silêncio a Rogério Ceni.
Valdivia deixou o Palmeiras no fim de 2008. Em janeiro de 2009, o clube contratou Cleiton Xavier do Figueirense. Com cinco gols nos primeiros cinco jogos, o reforço ganhou o apelido de CX10. Depois marcou um golaço contra o Colo Colo, aos 42 do segundo tempo, que classificou o alviverde para a fase mata-mata da Libertadores daquele ano. No Brasileirão, foi o principal destaque da equipe que liderou a competição por 19 rodadas. Foi uma queda de produção nas últimas partidas que tirou o título do Palmeiras, que não chegava tão perto da conquista desde 1994.
No Brasileiro 2009, Cleiton Xavier se lesionou na 31ª rodada, quando o time liderava; voltou na 37ª, com sua equipe já na terceira colocação, e não conseguiu evitar a queda para a quinta colocação. Deixou o clube sem título, mas com muita moral junto à torcida em 2010, ano da volta de Valdivia.
A segunda passagem de Valdivia pelo Palmeiras não tem sido tão boa quanto a primeira:foram muitas lesões e um rebaixamento no Brasileiro em 2012. Mesmo assim, foi decisivo marcando gols nas semifinais e nas finais da Copa do Brasil daquele ano, conquistando o último título palmeirense até hoje.
Nos melhores momentos que viveu nos últimos dez anos, o Palmeiras tinha em campo ou Valdivia ou Cleiton Xavier. Os dois meias se revezaram com a camisa 10 alviverde. Neste domingo, podem, pela primeira vez, protagonizar um desses momentos juntos.
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