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Dani Alves faz post polêmico, arruma briga com turcos e pede desculpa

Reprodução do Mundo Deportivo, com o polêmico tweet original de Daniel Alves  - Reprodução/Mundo Deportivo
Reprodução do Mundo Deportivo, com o polêmico tweet original de Daniel Alves Imagem: Reprodução/Mundo Deportivo

Do UOL, em São Paulo

25/04/2015 18h51

Daniel Alves se meteu em uma confusão por sua atuação nas redes sociais na última sexta-feira. No dia em que o mundo relembrou os mortos do massacre de armênios por turcos entre 1915 e 1916, o lateral do Barcelona postou uma foto pedindo que o episódio seja reconhecido como um genocídio, o que revoltou a comunidade turca na internet.

Pareceu complicado de entender? Então vamos fazer uma pausa na história de Daniel Alves para explicar a contexto:

Em 1915, a Turquia passava por uma reformulação política após a derrocada do Império Otomano. Na época, um movimento liderado pelas Forças Armadas, chamado de “Jovens Turcos”, assumiu o governo e liderou uma ofensiva contra os armênios que viviam no país, os tratando como sabotadores e aliados da Rússia.

Iniciou-se, então, um processo de deportação em massa de armênios, que morreram de fome ou doentes no deserto da Síria. Os números de mortos variam entre 300 mil, na conta feita pela Turquia, e 1,5 milhão de pessoas, de acordo com a Armênia.

Além do número de vítimas, a grande polêmica é que até hoje os dois lados debatem se houve, ou não, um genocídio. A Turquia admite os acontecimentos, mas nega que tenha havido uma tentativa premeditada de destruir o povo armênio, o que caracterizaria genocídio. Os armênios, porém, dizem o oposto (para entender melhor a questão, clique aqui).

E onde Daniel Alves se encaixa nisso?
O lateral apagou a mensagem postada de suas redes sociais, mas a imagem original foi captada pela mídia espanhola e mostra o jogador segurando um pedaço de papel. “Turquia, reconheça o genocídio armênio”, dizia o protesto do lateral, que apareceu sozinho em uma foto e cercado por seis amigos em outra.

A atitude gerou polêmica. Segundo o Mundo Deportivo, a embaixada da Armênia agradeceu o lateral do Barcelona, enquanto os turcos o atacaram duramente. Ciente da repercussão, Daniel Alves excluiu as imagens e pediu desculpas.

“Gostaria de pedir um milhão de desculpas a todos os meus fãs da Turquia. Jamais pensei que a foto ia causar tantos danos. Tenho muitos amigos e não entendi que a foto ia causar nenhum dano. Eu sempre prezo pela paz, pela melhor ‘vibe’ e jamais faria mal a pessoas que aprecio”, disse Dani Alves.

Na Turquia, o debate sobre a questão é tão sério que há registros de mortes por conta disso. O escritor Hrant Dink, por exemplo, tornou-se famoso por sua defesa do ponto de vista armênio e despertou a ira de ultranacionalistas turcos, que entendem que a tese do genocídio denigre o país. Em 2007, um desses fanáticos assassinou Dink por conta da posição política do autor.